Dizer que a morte de um desportista deixa a modalidade na qual esteve envolvido ainda mais pobre é uma espécie de buscar palavras ir aos lugares comuns em ocasiões de luto. É isso que normalmente se diz em discursos fúnebres. O contrário, não elogiar um morto, mesmo sendo certo que o finado é desmerecedor de um elogio, seria uma es-pécie de um crime.
Para certas ocasiões é uma espécie de praxe ir se buscar frases feitas e incorporar-lhes no discurso. No final dos jogos de futebol, por exemplo, o técnico Artur Semedo diz que existem os famosos “lugares comuns” para onde os treinadores vão para fazer o seu discurso. É o mesmo que apelar à humildade, dizer que a sua equipa teve sorte em um e outro aspecto para ter a sorte de ganhar o jogo e que, no fundo, o adversário até teria sido superior em termos de produção em campo e infeliz no resultado.
Em suma, fica bem a quem assim se porta, mas não estamos aqui à procura de sermos bem vistos pelos leitores quando escolhemos dizer que com a morte, semana passada, de Eduardo Fumo, mais conhecido por Dua, o andebol moçambicano ficou mais pobre.