O técnico Rodrigo Marques dos Santos entrou na história do futebol nacional depois da independência, ao tornar-se no primeiro treinador a levar o título máximo para a província de Sofala, mais concretamente para a cidade da Beira, quando em 1981 o Têxtil do Púnguè se sagrou campeão, quatro anos depois de o canecão ter saído para fora da capital do país, por “culpa” do Textáfrica de Chimoio.
Foi a 31 de Outubro de 1981 que a história se escreveu com tinta indelével, numa tarde em que no jogo de consagração o Têxtil do Púnguè empatou com o Ferroviário de Maputo a uma bola, em pleno Caldeirão do Chiveve, com golos de Lucas II (Têxtil) e o saudoso Mabjaia (Ferroviário), este último de penalty. Para que conste, o campeão alinhou com Betinho; Arlindo, Sábado, Jerónimo e Lucas l; Nico, Carlitos Duarte e Zé Manel; Aniceto e Lucas ll (Bararijo).
O título veio a calhar. O país ainda defendia desígnios socialistas. Estavam em voga muitos chavões inspiradores, como aquele que consciencializava os trabalhadores a verem na sua dedicação e esforço colectivo um meio indispensável de luta contra a pobreza e de acesso ao desenvolvimento social. “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”. Este slogan há-de ter servido, de alguma forma, para inspirar os “fabris da Manga” a lutarem contra o domínio futebolístico das equipas do Sul.