A crença de um adepto é algo incontornável. O adepto acredita no supérfluo. É assim em todo mundo. Todavia, pelo nível de evolução desportiva nos outros pontos do globo terrestre a análise ao treino e ao jogo tem outros condimentos. Entretanto, por mais eficientes que sejam a metodologias de trabalho o alto nível exibicional nos jogos, se os resultados não se fizerem presentes, o técnico é considerado “zero à esquerda”. Os meus amigos que trabalharam em Nacala contaram que os adeptos lá daquela região de Nampula, sobretudo, os impediam de usar mecos ou outros materiais que se usam para um treino com substância no seu trabalho. Lembro que eles diziam que eram exigidos que colocassem onze jogadores de um lado e os outros onze do outro para escolherem os melhores para os jogos, mas esses tais adeptos ainda se davam ao luxo, segundo eles, de ver as suas escolhas rebatidas. Isso é normal. A única diferença é que em meios civilizados a contestação não atinge níveis de agressividade física e verbal, como já aconteceu naquele ponto. Entendendo que todos somos treinadores (de bancada) porque consideramos que cada um de nós tem as suas escolhas, não se justifica o que já tive a oportunidade de ouvir. Mas, como se diz por aí, cada um tem os adeptos que merece. A maioria dos nossos adeptos moçambicanos acredita que os Mambas são azarados. Não acreditam na possibilidade de incompetência do seleccionador ou dos jogadores. Acreditam que Moçambique perdeu a qualificação nos últimos instantes do derradeiro jogo com a Guiné-Bissau quando sofreu aquele golo de empate. Pode ser por terem memória bem curta porque, que eu me lembre, nas derrotas com a Namíbia a sua postura foi outra e como tentativa de penalizar os Mambas até faltaram ao jogo com a Zâmbia, como manifesta descrença pela rapaziada e com o seu seleccionador, que, naquela partida, deram-lhes uma “bofetada de luva branca”, vencendo o jogo, relançando a possibilidade de qualificação.
{loadmodule mod_sppagebuilder,Leia mais…}