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OPINIÃO

NÃO ESPEREMOS POR MORTES PARA EXIGIR ARBITRAGENS ISENTAS

No final do jogo de ontem, entre o Textáfrica de Chimoio e a Associação Black Bulls, para a 10.ª jornada do Moçambola-2024 e ganho pela equipa visitante, por 2-1, a Polícia da República de Moçambique (PRM) foi obrigada a disparar granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os adeptos da equipa da casa, que exigiam a cabeça da equipa de arbitragem por, alegadamente, ter tido decisões tendenciosas e que justificaram a derrota.

Como consequência dos disparos, uma parte dos adeptos que enchia por completo o Campo da Soalpo abandonou aquele recinto em debandada, enquanto outros iam sofrendo as consequências da inalação do gás lacrimogéneo.

Em ambas as situações, assinalamos de grave e altamente perigoso por pôr em risco a vida dos milhares de espectadores que foram ao Campo da Soalpo.

Uma saída em debandada tem o risco de causar mortes por asfixia a quem, ao tentar abandonar o campo como poder, cair, perder os sentidos e os que continuarem a correr passarem por cima de si, pisoteando-o até a morte.

Mas há mais, inalar gás lacrimogéneo pode causar problemas respiratórios, que também podem custar a vida.

Todavia, o que atrás acabo de assinalar não é para responsabilizar a PRM pela medida dissuasora tomada, mas, sim, antes de mais, para reclamar, dos organizadores do Moçambola, arbitragens isentas que não possam constituir motivos de descontentamento quer por parte dos adeptos e muito menos dos jogadores, treinadores e dirigentes.

É que, o que houve ontem na Soalpo, a julgar pelos relatos que recolhemos de várias fontes, foi, para não variar, causado por decisões erradas da arbitragem.

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