O Secretariado Provincial do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) repudiou ontem os factos ocorridos no Chimoio, que resultaram em ferimentos de profissionais de comunicação social.
O SNJ refere que tomou conhecimento, “com justificada tristeza e preocupação, do ferimento de jornalistas de diversos órgãos de comunicação social” que cobriam o jogo na Soalpo.
“Segundo relatos de testemunhas, os jornalistas sofreram ferimentos quando os adeptos do Textáfrica começaram com acções de contestação da actuação da equipa de arbitragem, tendo de seguida a Polícia da República de Moçambique (PRM) disparado granadas de gás lacrimogéneo para supostamente dispersar os manifestantes, numa altura em que os profissionais da imprensa faziam o seu trabalho normal no campo. Da actuação policial, alguns jornalistas foram afectados, ora por intoxicação pelo gás lacrimogéneo, ora por queda na tentativa de escapar da violência policial que disparou a substância, indiscriminadamente, para toda a extensão do campo. Com efeito, o jornalista da TV Sucesso, Nelson Benjamim, contraiu ferimentos graves e fracturou o braço direito e o operador de câmera da TVM, Algy José, perdeu os sentidos em pleno recinto de jogos, após inalar a substância tóxica”, queixa-se o SNJ.
A nota avança que o “balanço preliminar indica que outros colegas se queixam de ferimentos de gravidade diversa em resultado das escaramuças. O SNJ condena de forma veemente o sucedido e manifesta a sua total e profunda indignação pela actuação menos cautelosa da Polícia, que sabendo que no campo também estavam profissionais em serviço, que nada têm a ver com o desenrolar do espectáculo do jogo, decidiu cair por cima de tudo e todos. A situação agrava-se quando alguns dos profissionais feridos ou afectados pelo excesso de zelo de alguns agentes da PRM não puderam ter atendimento adequado no Hospital Provincial de Chimoio, para onde foram encaminhados, uma vez que aquela unidade sanitária de referência na província de Manica, à hora dos factos, debatia-se com falta de gesso. Por isso, alguns dos jornalistas feridos estão neste momento abandonados à sua sorte nas suas casas, onde buscam assistência alternativa, estando assim impedidos de desenvolver a sua função de informar o povo”.
Indica ainda que “apelamos às entidades envolvidas na organização deste tipo de eventos para melhorarem as condições de segurança para doravante assegurar o melhor exercício da actividade jornalística em campos de futebol, sobretudo no campo da Soalpo, onde são recorrentes escaramuças, além de dificuldades de acesso à imprensa para cobertura dos jogos de futebol envolvendo a equipa da casa”.
DESTAQUE » SINDICATO DE JORNALISTAS REPUDIA ACTUAÇÃO POLICIAL
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