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Não é a morte do paralímpico moçambicano, mas é um mau sinal todo este enredo de teatro das sombras, ora protagonizado por uma Edmilsa Governo alegre e folgazona, ora por outra Edmilsa Governo submissa e miserável…
NO TEATRO DAS SOMBRAS
Tudo isto nos cheira a esturro, ou mais propriamente remete-nos para uma amostra daquela arte dos chineses em que os bonecos de sombra são usados para contar uma história. Mais grave do que a encenação, pode ser que Edmilsa ainda não tenha tido noção de que no desporto, mesmo no paralímpico, não há lugar para marionetas…
Edmilsa Governo deixou Maputo no meio do habitual alarido: faltava dinheiro para isto e para aqueloutro, com ênfase para o de bolso, parco e insuficiente, na sua opinião, para a deslocação de uma atleta medalhada a uma cidade tão dispendiosa quanto requintada, até porque Paris continua a ser a sétima cidade mais cara do mundo.
Mas as coisas se compuseram, pois que as barulhentas aparições da atleta paralímpica na imprensa acabaram por mobilizar uma significativa quantia de um banco comercial, sendo que a última imagem de Edmilsa Governo é precisamente junto ao “backdrop” da instituição filantrópica.
E lá embarcou a atleta do T13, aparentemente feliz, com promessas de abundantes feitos na Cidade-Luz…
AS SOMBRAS CHINESAS EM PARIS
Afinal Paris ou qualquer outra cidade francesa vinha mesmo a calhar para Edmilsa. Do Aeroporto Charles de Gaulles rumou para a região da Novelle-Aquitaine, mais concretamente para a cidade de Nueil-Les-Aubiers, onde começam os efeitos daquela arte dos chineses que ficou conhecida como o teatro das sombras, o famoso “pi ying xi”.
Segundo Francisco Fakir, uma velha raposa do atletismo, contam-se com os dedos das mãos as vezes que a sua atleta se treinou naquele que era suposto ser um momento de estágio da velocista do T13, lembrando que Nueil-Les-Aubiers acolheu Edmilsa por cerca de um mês.