Recuperando-se de uma lesão que o afastou dos relvados por mais de um ano, Gervásio Mafaite, médio do Costa do Sol, decidiu quebrar o silêncio e expor uma alegada injustiça cometida pelo seu antigo clube, o Ferroviário da Beira.

Mafaite, que se sagrou campeão pelo emblema “verde e branco”, em 2023, sob o comando técnico do português Hélder Duarte, reivindica uma parte do prémio prometido e denuncia problemas enfrentados pelos jogadores moçambicanos.
“Eu fui campeão ao serviço do Ferroviário da Beira, mas o valor que constava como prémio de campeão não me foi pago na totalidade. Até hoje, não tenho nenhuma informação sobre quando será feito esse pagamento, nem a quem recorrer. Quem deveria dar explicações, simplesmente ignora o assunto”, desabafa o jogador.
Segundo o jogador, esta situação não é um caso isolado: “muitos atletas preferem sofrer calados, com receio de que possam ser prejudicados no futuro. Mas quem tem qualidade, quem é um bom trabalhador, será sempre procurado, independentemente de falar ou não”.
O atleta explica que houve um acordo prévio para o pagamento de um prémio, caso a equipa conquistasse o campeonato. No entanto, o combinado não foi cumprido. “Foi-nos prometido um valor, que não posso referir aqui por questões de profissionalismo, mas que seria pago assim que o campeonato terminasse. No final, deram-nos apenas uma parte, e a outra desapareceu sem explicações. A época acabou, alguns jogadores foram para outros clubes e ninguém, até hoje, deu qualquer satisfação. É frustrante”.
Mafaite afirma que tentou resolver a situação directamente com os membros da anterior direcção do Ferroviário da Beira, alguns dos quais ainda estão na actual estrutura do clube. “Falei com eles várias vezes, mas ninguém soube dizer quem é o responsável por resolver este problema. Já se passaram dois anos e continuo sem resposta”.