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DUPLO DUPLO

“MACHAVA” NÃO ERA PARA SER FUGA DOS PROBLEMAS DO “ZIMPETO”

Nos últimos dias, as notícias que reportam o avanço das obras de reabilitação e requalificação do Estádio da Machava fizeram com que, quanto a mim, o Ministério da Juventude e Desportos (MJD) e a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) pensassem, talvez de forma justa, que aquela histórica infra-estrutura fosse servir para colmatar o grave problema de o país não ter um campo apropriado para receber os jogos internacionais ao nível da CAF e FIFA.
De forma repetida, ouvimos pronunciamentos dos dirigentes do MJD e FMF nos quais ressaltavam o facto de que com a reabertura do Estádio da Machava o país teria um campo que servisse para receber jogos os internacionais, face ao banimento do Estádio Nacional do Zimpeto.
Como que a sustentar este meu pensamento, na quarta-feira do dia 3 de Abril o Ministro da Juventude e Desportos, Caifadine Manasse, e o presidente da FMF, Feizal Sidat, fizeram uma visita conjunta ao Estádio da Machava.
Não é preciso ser vidente para perceber que os dois dirigentes tinham, no fundo dos seus corações, a esperança de que sairiam daquele recinto com a garantia de que as obras de reabilitação e requalificação daquela infra-estrutura terminariam a tempo de, no início de Setembro, os “Mambas” poderem receber ali o Botswana, em jogo da oitava jornada do Grupo “G” da zona africana de qualificação ao Campeonato do Mundo da FIFA de 2026, cuja fase final terá lugar nos Estados Unidos da América, México e Canadá.
Só que o informe prestado foi em sentido contrário. Somente em Outubro é que “Machava” estaria em condições de receber os jogos de futebol, mas, mesmo assim, ficando a dúvida se os mesmos seriam ao nível da CAF e FIFA.
Ora, ter ido visitar “Machava” na esperança de ouvir que em Setembro os “Mambas” ali podiam jogar não tem nada de errado. É justo pensar assim, porque o Estádio da Machava foi erguido para servir os moçambicanos e enquanto estiver encerrada, mesmo que por justas razões de reabilitação e requalificação, estaria em falta no cumprimento do propósito pelo qual foi construído.
No entanto, a reabertura deste campo não deve servir para colocar debaixo do tapete as razões que fizeram com que a CAF chumbasse o Estádio Nacional do Zimpeto e retirasse o certificado para receber os jogos internacionais.
É que, nos últimos anos, a cada reprovação que o “Zimpeto” recebia, o Governo e a própria FMF vinham a público anunciar investimentos e obras de reabilitação para adequá-lo às exigências da CAF.
É por respeitar esses investimentos, principalmente, que não se deve abandonar o “Zimpeto” sob pretexto de que o país já tem o o campo da Machava para as suas equipas e selecções poderem receber os jogos internacionais.
E há mais. Se for o caso, será preciso ir a fundo da questão e responsabilizar quem, tendo mandato para tanto, não conseguiu manter o “Zimpeto” dentro dos padrões de qualidade exigidos pela CAF e FIFA, obrigando o país a jogar fora de portas mesmo ostentando a qualidade de anfitrião.
É preciso manter de pé o “Zimpeto”, voltar a jogar na “Machava” para, logo a seguir, pensar em ter outros estádios nas mais diversas regiões do país, porque nelas também há moçambicanos que têm todo o direito de ver de perto a jogar, em particular, a Selecção Nacional.

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