Depois de muitos anos de clamor, finalmente, em finais de Fevereiro último, os árbitros do boxe tiveram o privilégio de voltar à “carteira” para receber uma formação que doravante lhes habilita para ajuizar provas regionais e internacionais.
O facto coloca o ponto final a um vazio que Moçambique tinha por longos anos, que lhe impedia de colocar árbitros em provas além-fronteiras, pois passa a ter 12 árbitros que podem apitar competições regionais, sendo que dois deles podem actuar em provas continentais.
Aliás, foram 12 formados, sendo 10 habilitados com a categoria de uma estrela e dois a receberem duas estrelas. A formação foi levada a cabo pela Confederação de Boxe da Zona IV, em coordenação com a Federação Moçambicana da modalidade (FMBoxe), à margem do Campeonato Regional que teve lugar em Maputo entre finais de Fevereiro e início de Março.
Segundo o secretário-geral da FMBoxe, António Hélio, Moçambique acabou tendo muitos árbitros formados, porque houve desistências de vários países do “Africano” da Zona IV, muitos deles com ausências anunciadas à última hora.
“Cada país participante do regional deveria ter formado entre três e quatro árbitros, mas com as desistências acabamos ficando beneficiados. Como anfitriões, tivemos o privilégio e facilidade de inscrever mais árbitros, preenchendo as vagas dos países que desistiram, o que é benéfico, pois já precisávamos”, explicou.
Os 12 formados foram: Ernesto Marcos; Adão Chitache, Ganizane Tomás, Rufina Cossa, Dionísio Isac, João Figueiredo, Simão Cardoso, Sande Raposo, Eleutério dos Santos, Francisco Tovela, Diamantino Vasco e Filipe Limónio.
Destes, apenas Diamantino Vasco e Filipe Limónio, que já detinham uma estrela, é que passaram a ter duas, estando habilitados para além de provas regionais.
António Hélio clarifica que os árbitros que receberam uma estrela só apitavam provas regionais quando estas tivessem lugar em Moçambique, no âmbito da cota que o país anfitrião tem direito, mas fora de portas estavam vedados de o fazer.
Este grupo de recém-formados irá receber os certificados emitidos pela Confederação Regional em breve, na cidade de Maputo, numa cerimónia solene que está sendo preparada pela FMBoxe. Os contemplados, em contacto com o desafio, mostram-se bastante felizes e apelam para que iniciativas do género sejam regulares para o bem do boxe nacional, sobretudo no plano internacional.