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O modelo competitivo usado para o Moçambola é considerado oneroso
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MOÇAMBOLA

ALTERAR O MODELO COMPETITIVO PODE AJUDAR A MINIMIZAR CUSTOS

O director técnico da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Arnaldo Salvado, disse na nossa edição anterior que o modelo competitivo usado para a disputa do Campeonato Nacional da I Divisão é bastante oneroso e, dessa forma, incomportável para a maioria dos clubes nacionais.

Considerou, no entanto, que este assunto é tabu para os clubes, declarando que “estes só pensam em andar de avião e esquecem-se dos prejuízos gigantescos para a Liga Moçambicana de Futebol (LMF), que de ano em ano acumula dívidas atrás de dívidas, tendo já ultrapassado os 100 milhões de meticais”.

Nessa intervenção, Salvado, que mesmo elogiando o actual figurino, por rodar a prova em todas as províncias do país, descreveu-o como elemento que pode contribuir para a falência de clubes, devido aos custos obrigatórios na competição.

O dirigente federativo deu exemplo de alguns históricos, como Maxaquene, Desportivo, Têxtil do Púnguè, Textáfrica, entre outros, que não tendo o suporte financeiros de grandes empresas “colapsaram” pelas grandes despesas inerentes à prova, na qual só numa semana chegam a ultrapassar os 300 mil meticais na logística de uma viagem de Maputo a Lichinga, e vice-versa, para 23/24 elementos.

UMA ILHA CHAMADA MOÇAMBIQUE

O secretario-geral da Associação Provincial de Futebol de Gaza (APFG), Tomás Machava, interveio no debate realçando que “parece que Moçambique está a transformar-se numa ilha que se rege por princípios e leis próprias. No entanto, não há autonomia financeira para sustentar as suas vontades. Há um adágio popular que diz: “contra factos, não há argumentos”. E nós estamos perante factos. Moçambique insiste no modelo actual, mas sem alicerces e nem garantias. Hoje fala-se dos problemas da companhia área que transporta as equipas de um ponto ao outro. A pergunta que não quer calar é: será que a companhia área estará em condições de garantir que o início do campeonato seja na data prevista”?, questionou, acrescentando que “há outros assuntos, derivados deste figurino, que também afectam negativamente os clubes”.  

Machava revelou que existe um desejo fervoroso das equipas de Gaza em ascender ao Moçambola e pergunta: e depois de qualificar-se para o Moçambola? Haverá condições para se manter com salários em dia, pagar o seguro de vida, suportar a logística, sobretudo em viagens, entre outras despesas? O Moçambola já não é subsidiado, como antes. Há custos elevadíssimos e as exigências aumentaram em grande percentagem. Será que os clubes de Gaza, de Inhambane, do centro e do norte do país, que ambicionam o Moçambola, sem grande suporte financeiro, estão cientes dessas dificuldades? Quanto a nós, retornar ao modelo antigo minimizaria os custos das despesas, sobretudo daquelas colectividades deficitárias”, declarou.

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