A MUDANÇA da época desportiva voltou a merecer especial atenção na Assembleia-Geral da Liga Moçambicana de Futebol (LMF), organismo que rege o Moçambola, com os clubes a defenderem que é já sem tempo, enquanto a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) advoga uma maior ponderação e envolvimento doutros “stakeholders” a nível da base.
O presidente da FMF, Feizal Sidat, diz que a mudança do calendário competitivo não pode ser pensada apenas na perspectiva do Moçambola, mas numa dimensão holística, isto é, deve englobar as associações provinciais, pois estas é que são os verdadeiros fazedores do futebol, com vários filiados que no conjunto são a maioria.
“Futebol não é só Moçambola. Para a mudança da época, devem trazer propostas concretas, mas é preciso pensar no global, não apenas a nível dos filiados da LMF. As associações provinciais devem ser tidas em conta”, elucidou Sidat.
A época desportiva em Moçambique começa em Novembro de um ano e termina em Outubro doutro, enquanto na maioria dos países africanos e do mundo esta arranca em Agosto e e arrasta-se até Maio do ano seguinte.
Essa situação, apontam os clubes, concorre para o fraco desempenho das equipas nacionais nas competições africanas, das selecções nacionais nas provas internacionais, além de comprometer as possíveis transferências dos jogadores para o estrangeiro.
“Estamos em contra-mão, em pirâmide invertida. A nossa época desportiva está desfasada do contexto global actual e isso prejudica o nosso futebol. Os nossos clubes têm mais dificuldades nas Afrotaças, as selecções são também prejudicadas e é quase impossível colocar jogadores no mercado com este tipo de calendário”, enumerou Jeremias da Costa, vice-presidente do Costa do Sol, secundado pelo presidente da Black Bulls, Junaide Lalgy.
Em relação ao pedido dos clubes para a remoção da barreira que veda a utilização de mais de cinco jogadores estrangeiros dos sete que cada equipa do Moçambola pode contratar, Feizal Sidat disse que essa matéria podia ser objecto de um estudo para se aferir o que seria benéfico para o futebol nacional.
“Começámos com três estrangeiros por equipa, depois subimos para cinco. Agora já podemos contratar sete e utilizar simultaneamente cinco. Neste momento os clubes querem ter espaço para utilizar sete e os restantes quatro jogadores serem nacionais. Podemos estudar para encontrar a solução mais benéfica para o nosso futebol e isso deve baixar também para as associações, provinciais”, reagiu Sidat.