Há mais de um ano sem acolher qualquer evento, o Estádio da Machava está em vias de voltar a abrir as portas para uma cerimónia de dimensão nacional, proporcional à sua grandeza em tamanho, símbolo e tradição.
Tal como há quase 50 anos, 25 de Junho de 1975, milhares de pessoas rumarão este ano, nessa mesma data, ao Vale do Infulene para assistir a mais um aniversário da proclamação da independência nacional.
Para tal, centenas de trabalhadores aceleram o passo para que nesse dia “Machava” esteja superiormente enfeitada, com todo o requinte de um estádio moderno, para acolher dezenas de milhares de pessoas que, seguramente, acorrerão àquele local histórico.
Em mais uma visita efectuada ao Estádio da Machava, a nossa Reportagem testemunhou de perto os avanços verificados, comparativamente à última realizada em finais de Março.
As novas torres de iluminação já são uma realidade. Se no mês passado ainda só estavam lá as bases, que estavam a ser preparadas para receber as torres, na semana passada os quatro postes de iluminação já estavam colocados e devidamente pintados, com o topo a levar a cor vermelha para melhor sinalizar as aeronaves. Como medida de segurança, em cada torre será colocado um pirilampo, um trabalho que será feito a posterior, após a instalação das lâmpadas LED (baixo consumo de energia).
Desde semana passada e esta, uma equipa especializada no ramo está encarregue de concluir o trabalho de montagem das lâmpadas e depois seguirá o processo de teste, que permitirá apurar se a iluminação responde às exigências, sendo que cada candeeiro tem o seu ângulo de inclinação, pelo que serão feitos os devidos cálculos. Espera-se que esse trabalho seja concluído nas próximas duas semanas.
O trabalho de iluminação é um dos mais complexos e aturados, visto que não se limita apenas ao recinto do jogo, mas também à zona exterior. Nas imediações, junto à vedação, já foram colocadas as bases, um processo que se alarga até ao novo parque de estacionamento. Fazer do Estádio da Machava uma zona super iluminada é uma das grandes apostas estabelecidas neste mega projecto, orçado inicialmente em 10 milhões de dólares, cerca de 700 milhões de meticais, números que, segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos Caminhos de Ferro de Moçambique, Agostinho Langa Jr., serão superados dada a complexidade da obra, que obrigou a gastos maiores que o previsto.
Ainda no exterior, apronta-se a instalação eléctrica subterrânea, tendo em vista a uma maior comodidade na ligação dos equipamentos das equipas de televisão, ao mesmo tempo que junto aos portões o piso é trabalhado para dar lugar à montagem dos torniquetes.
O parque de estacionamento vai ganhando também forma e no seu interior nasce um tanque com capacidade para 250 mil litros de água, que servirá para abastecer todo o complexo (balneários, restaurantes, cozinha e combate ao incêndio).
As obras no Estádio da Machava arrancaram em Setembro do ano passado, com a remoção da relva sintética. Antes, em Maio, uma equipa tinha feito o estudo para a realização desse trabalho.