Replicam-se à escala planetária relatos de episódios de ataques racistas no futebol e não só. Este mal contrapõe-se aos mais nobres valores que norteiam o futebol, em particular, e o desporto, no geral. A falta de respeito pelo ser humano e a ausência de civilização entre as pessoas tem exposto a dura realidade da existência do racismo, ainda que sejam gastos rios de dinheiro em campanhas de sensibilização, numa acirrada luta para a erradicação de um mal que flagela a humanidade. Um combate que está longe de ser vencido num mundo governado pela raça humana.
Embora alguns prevaricadores sejam punidos de forma exemplar, o mesmo não acontece com algumas vítimas, que sofrem perante a impunidade de quem de direito, que nada faz para minimizar estes actos. A internacional moçambicana Lúcia Leila Moçambique passou por uma situação similar no seu anterior clube, Atlético Ouriense, em Portugal. Ela foi vítima de ataques racistas (com recurso a adjectivos pejorativos) protagonizados por uma das suas colegas.
– “Seria um desrespeito a todas equipas de Portugal se eu generalizasse e culpasse a todos. Os motivos que me fizeram sair do Atlético Ouriense e abraçar outra proposta foram exactamente os nomes que me proferiam, tais como “cachopa”, “macaca”, “pretinha”, entre outros que não posso mencionar em respeito às colegas que me receberam tão bem. Compreende-se que no balneário é comum existirem desentendimentos e algumas querelas entre colegas, mas não sendo admissível normalizar insultos racistas. Isso não! Eu me cansei com a atitude de certa jogadora, que por sinal a direcção tinha conhecimento e nada fez para corrigir o seu comportamento. Como forma de evitar situações que pudessem resultar em violência e não querendo manchar a minha imagem optei por sair do clube, embora não tenha sido fácil”, conta parte do drama a atleta.
{loadmodule mod_sppagebuilder,Leia mais…}