Não foi com as tradicionais flechas e lanças africanas – mas aos punhos mesmo – que as pugilistas Alcinda Panguana e Rady Gramane enfrentaram as ancestrais espadas japonesas, o símbolo maior da sua combatividade, nesta peregrinação dos atletas moçambicanos pelo império nipónico que, pela segunda vez, acolhe uma edição de Jogos Olímpicos, os primeiros que se realizam em tempo de pandemia e, por isso mesmo, com novos processos e praxes a serem introduzidos na rotina da família olímpica.
Os resultados desta entrega e empenho não se resumem apenas aos quartos-de-final atingidos com garra por ambas as pugilistas, mas à visível redução de assimetrias no boxe praticado em vários cantos do mundo, com destaque para o feminino e o moçambicano, que está a construir uma trajectória admirável, a merecer outro tipo de apreciação para garantir a continuidade.
Alcinda Panguana é a atleta que mais esteve na iminência de dilatar a sua imensa história de superação. Obrigada a debelar os efeitos de uma infecção por Covid-19, a pugilista dos 64-69 quilos submeteu-se a duro e rigoroso treinamento a fim de recuperar a forma física antes do início destes Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, e não fosse a abordagem cínica da pugilista chinesa Kong Gu nos quartos-de-final voltaria com uma medalha mais do que merecida.
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