O campeão nacional de futebol, Associação Black Bulls, vai acelerar a conclusão das obras de construção do seu complexo desportivo no bairro Tchumeme, na cidade da Matola, província de Maputo, de modo a submeter o campo principal à inspecção pela Confederação Africana de Futebol (CAF) para aí jogar as eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos da época 2022/23.
A informação foi prestada ao nosso jornal pelo patrono e presidente da Black Bulls, Junaid Lalgy, para quem só jogando em casa nas eliminatórias da Liga dos Campeões terá valido a pena todo o investimento que tem vindo a ser feito e que foi coroado, no passado domingo, pela histórica conquista do Moçambola em ano de estreia no principal escalão do futebol nacional.
Para o dirigente, assim que a equipa confirmou a sua participação nas “Afrotaças”, mesmo antes de sagrar-se campeã nacional, o clube solicitou toda a informação junto da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) sobre os requisitos para participar nas provas da CAF e jogar em casa.
“Já estamos em contacto com a FMF para nos dar toda a informação necessária para a nossa participação na Liga dos Campeões. Queremos saber quando é que começaremos a jogar, tendo em conta o “ranking” do nosso país. Quantas eliminatórias devemos fazer”, começou por dizer Junaid Lalgy, antes de detalhar os esforços que devem ser feitos para que a Black Bulls jogue no seu campo, em Tchumeme.
“Em termos de infra-estruturas, sabemos que é necessário que o campo tenha um mínimo de 8000 lugares. O nosso campo principal, que é aquele que queremos usar nas “Champions”, deve ter construída uma bancada oposta à central. Depois disso, acreditamos que já podemos preencher este requisito. Contando que agora vamos para um período de festas, acredito que até Março podemos ter a bancada erguida e ter 8000 lugares”, garantiu Junaid Lalgy, anotando que outros equipamentos indispensáveis estão numa fase adiantada em termos de construção.
“Vamos fazer um tratamento específico da relva durante este período chuvoso. Não prevemos nenhum problema nesse aspecto. Já montamos as torres de iluminação, mas notamos que ainda é necessário fazer alguns ajustes. Os balneários estão a ser apetrechados, com cacifos e tudo que é necessários. Estamos a acabar a construção dos camarotes e julgamos que, entre Maio e Junho, possamos solicitar a inspecção do campo para lá jogarmos a “Champions”, perspectivou Lalgy.
Neste momento, a Black Bulls usa o seu campo número-2, enquanto não terminarem as obras do seu principal, o mesmo no qual a colectividade quer jogar em África.
Entretanto, em termos desportivos, o dirigente garantiu que estão sendo envidados esforços para reforçar a equipa de modo a ter uma boa prestação na frente continental.
“Desde Junho estamos atentos a possíveis reforços. Posso vos garantir que alguns já assinaram, sendo que na sua maioria são moçambicanos. A contratação de estrangeiros dependerá de alguns dos nossos actuais saírem. Temos manifestação de interesse em alguns dos nossos jogadores, principalmente de Ejaita e Melque, mas ninguém sairá a título de empréstimo ou experiência. Ainda que menor, qualquer saída de um jogador deve representar um encaixe financeiro para o clube. Se não saírem agora, na “Champions” estaremos numa montra maior e a sua saída será uma questão de tempo”, garantiu.
Refira-se que Black Bulls ganhou o direito de disputar as eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos depois de ter conquistado, a título virtual, o Moçambola-2021, depois de vencer o Ferroviário da Beira, por 3-1, em jogo da 25ª e penúltima jornada. Os “touros” somam 57 pontos, mais sete que os “locomotivas” de Chiveve que, ao terem terminado em segundo lugar, vão disputar as eliminatórias de acesso à fase de grupos da Taça CAF.