O casal Henrique Carlos Machel e Inês David Chivite Machel deu uma jóia ao basquetebol moçambicano. Chama-se Custódio Machel. Celebrizou-se no Matchedje e na Selecção Nacional nos anos 80. Um extremo-poste igual a poucos. Atacava a extremo e defendia a poste. Era um regalo vê-lo jogar, afamando-se com a elevada média de pontos que marcava. A defender também era excelente. Socorria-se do seu alto poder de impulsão para ganhar ressaltos na disputa com pivots.
Foram cerca de cinco anos ao mais alto nível. Nesse entrementes não ganhou qualquer título colectivo, mas a sua qualidade individual rendeu-lhe o título de Desportista do Ano em 1982, além de ter sido crónico melhor marcador desde os juvenis, aos 16 anos, até se retirar das quadras aos verdes 21 anos, rendido a uma infecção pulmonar que o levou à faca em Budapest, Hungria, em 1986.
Hoje, longe do desporto, o irmão mais velho da também basquetebolista Hermínia Machel – e de Ausenda, enlutados pela recente morte do também basquetebolista Arlindo, há três meses – abraçou a área de mineralogia e faz negócios diversos conectados a essa área.
FUNDADORES DA AVIAÇÃO COM AMÂNDIO DELALANDE
O vício pela modalidade começou nos tempos de escola, no Estrela Vermelha, com os amigos João Dias e Adelino Chacha, com quem depois foi ao Malhanga, por volta de 1978, onde começa a carreira federada, antes de se mudar para a Aviação, do técnico Amândio Delalande, num convite que abrangeu ex-colegas, como Dias, Chacha, Cajó, Júnior, Hélio de Sousa, Aurélio Amaral e Abdul Sumará.
Custódio lembra-se com saudade do intenso trabalho que se fazia na Aviação, com desafios incessantes de dois contra dois, de manhã e de tarde, aprimorando a técnica e a endurance.
– “A nossa verdadeira formação foi ali”, diz.
E lamenta:
– “Infelizmente a Aviação extinguiu-se em 1980. Foi uma pena, porque tinha excelentes dirigentes, que se preocupavam com o bem dos atletas”, conta.
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