Quarta-feira travámos uma cavaqueira interessante com César António Pais Manjate, esse laborioso defesa esquerdo e “capitão” do Benfica (Costa do Sol), que nos anos 70/80 brindou os amantes do futebol com exibições que roçavam à excelência, mesmo sem ser canhoto. Tinha uma boa condição física, era raçudo, subia bem, tinha uma boa impulsão e um apurado poder de antecipação, o que lhe tornava quase imbatível em jogadas de um para um.
Combinámos a entrevista para um café da baixa da cidade. Cheguei obviamente com muita antecedência ao local. Confesso que estava curioso em ver que César Manjate apareceria à minha frente. É que se dizia que ele não andava bem, que tinha problemas de vista e estava meio cego. Pressupus que viria acompanhado, dada essa condição. Mas o César que me apareceu foi um homem de ar jovial, jeans, camisa axadrezada de mangas curtas, uma bolsa a tiracolo, que me saúda e esbanja um ar alegre e um humor fora de série.
E o bate-papo com o filho do senhor António Cuatine Manjate e de Adélia Domingos Henrica Manjate fluiu agradavelmente, ele que é quinto duma família de 10 irmãos, dentre os quais uma mulher. “Quase uma equipa de futebol. Para futebol de salão estávamos completos, com suplentes e tudo”, graceja o ex-capitão do Costa do Sol, que de miúdo moldou-se com brincadeiras mil, comuns em muitos miúdos suburbanos daquele tempo.
Cresceu, apareceu e afirmou-se na colectividade da Marginal, numa carreira que teve fim em 1986, por conta de uma lesão no joelho. O seu percurso saldou-se em dois campeonatos nacionais em 1979 e 1980, bem como duas Taças de Moçambique (1980 e 1983), sob a batuta de Martinho de Almeida.
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