Se o resultado tivesse sido uma mão cheia de golos a favor dos “locomotivas” da capital não surpreendia, sobretudos aos que presenciaram a partida no Infulene, a avaliar pelas inúmeras oportunidades havidas, entretanto desperdiçadas pela turma da casa.
Apesar do discurso algo “incendiário” do timoneiro da Liga Desportiva de Maputo, ao reclamar o trabalho de Paulo Jona e seus assistentes, o que até acaba sendo normal para a sua auto-defesa após mais um desaire, o facto é que foi o Ferroviário quem mais esteve no jogo e merecidamente construiu a vitória que deixou os “vataxanisseka” felizes da vida. Numa tarde mesmo para o futebol, Kito acabou sendo o herói (im)provável, ao fazer o gosto ao pé por duas vezes, justificando, diga- -se, o momento de forma que o médio atravessa. Foi, de facto, um talismã. Jogou e fez jogar. Participou em quase noventa por cento dos ataques que a turma de Daúde Razaque criou e quando assim acontece não pode restar qualquer dúvida da inigualável partida que o médio elaborou.
A Liga apresentou-se na Machava com quatro alterações no seu xadrez em relação ao jogo anterior, povoando o seu meio- -campo e apostando em Mabote para fazer frente ao quarteto defensivo da turma da casa, sobretudo a dupla de centrais, porque nas laterais cabia a Raúl e Kabine não permitir que Tununo e Pauluana subissem no terreno.