A juíza Ema Novo, de 35 anos de idade, vencedora do Prémio Melhor Árbitro do Moçambola-2018, é também esposa, trabalhadora e estudante do curso de Ciências do Desporto. Nasceu em Maputo e muito cedo apaixonou-se pelo futebol. Enquanto estudante foi futebolista, vindo a integrar a equipa de futebol feminino do Clube Ferroviário de Maputo. – “Um árbitro, professor meu na Escola Secundária da Matola, convidou-me, juntamente com a Elina Marques da Silva, hoje juíza FIFA (assistente). Ele sugeriu que deixássemos de jogar para abraçar a carreira da arbitragem. Foi precisamente em 2012”, disse. Ema Novo começou com juíza auxiliar durante alguns anos, mas a Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) viu a necessidade de introduzir mais árbitros centrais (principais) e ela foi uma das escolhidas, num momento em que Moçambique a filiava para árbitro-FIFA. “Éramos muitas a concorrer para a vaga de árbitro-FIFA. Eu e a Elsa fomos as escrutinadas. Acreditem que no momento que anunciaram que ia deixar de ser auxiliar chorei. Disse aos meus superiores que estavam a retardar a minha carreira porque dessa forma teria dificuldades de ser escolhida para fazer jogos”, lembrou, acrescentando que “tudo foi ultrapassado e comecei a ser designada nos jogos do Moçambola como quarta árbitra, até que em 2016 fiz o meu primeiro jogo, na última jornada, numa partida entre o Maxaquene e o 1º de Maio de Quelimane, no Estádio Nacional do Zimpeto. O jogo foi dirigido por um trio de senhoras, por mim comandado. Esse jogo ficou marcado, não só por se tratar do primeiro jogo no Moçambola, mas também ter expulsado o primeiro jogador numa prova dessa envergadura, na circunstância o Luckman, jogador nigeriano que representava o Maxaquene”, referiu.