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ENTREVISTA

Fui responsável pela ruptura da hierarquia da arbitragem nacional

Por: Ibraimo Assamo
Fotos de Arquivo
Faz parte da plêiade da arbitragem nacional e razões para tal não faltam. Durante 24 anos Estêvão Matsinhe dedicou a sua vida à causa do futebol nacional através do soar do apito, num percurso que, longe de ter conhecido apenas momentos bons, teve também alguns solavancos, mas que com coragem e determinação tornaram-se em oportunidades. Ainda no calor eufórico da assinatura do Acordo Geral de Paz em 1992, em Roma, dois anos depois, isto é em 1994, aquele que parecia um jovem aventureiro começava a trilhar o seu caminho rumo à conquista de um lugar na classe da arbitragem nacional, onde pontificavam figuras como Venildo Mussane, Arão Júnior, Eusébio Alfredo e tantos outros. Ora, aos 45 anos de idade, Estêvão Matsinhe decidiu pôr termo à sua carreira, diga-se a seu pedido, pois ainda tinha mais cinco anos para apitar. – “Entrei na arbitragem a convite do meu professor, Luís Machuve, da Escola Industrial de Maputo. Um dia desses fui assistir a um jogo no campo do Costa do Sol e curiosamente ele é quem apitou nessa partida. É necessário que se apresentem provas Fala-se muito da corrupção na arbitragem, pois vezes sem conta treinadores e dirigentes têm vindo a terreiro denunciar actos que atentam contra a verdade desportiva, apontando os homens do apito como agentes activos desse flagelo. Chamado a tecer comentários sobre o assunto, Estêvão Matsinhe afirmou que tem ouvido falar desse assunto, porém em nenhum momento os denunciantes já apresentaram provas materiais do envolvimento dos árbitros nesses actos, daí que isso não passa de uma tentativa de os treinadores e dirigentes justificarem o seu fracasso. – “Já ouvi várias vezes o Arnaldo Salvado a falar sobre corrupção na arbitragem, todavia nunca apresentou nenhuma prova. Seria bom se os denunciantes apresentassem provas, com vista à responsabilização dos infractores”, desafia Estêvão Matsinhe. Depois de o ter visto a apitar no dia seguinte aproximei-me a ele para comentar que o tinha visto, tendo este procurado saber se eu estava interessado ou não”, conta, acrescentando que o mesmo aconselhou-o a ir se inscrever na Associação de Futebol da Cidade de Maputo (AFCM).
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