O presidente da Federação Moçambicana de Futebol (FMF), Alberto Simango Jr, disse na última sexta-feira em acto que antecedeu ao anúncio da convocatória dos Mambas para o Torneio da COSAFA, que decidiu manter Abel Xavier à frente da Selecção Nacional, mau grado o técnico não ter cumprido com o objectivo de qualificação ao CAN-2019. Para o dirigente, ainda que o contrato de Abel Xavier, que vai até 30 de Junho próximo, tivesse uma cláusula segundo a qual o técnico seria demitido caso falhasse a qualificação ao CAN, a mesma não foi accionada por se considerar que a equipa jogou o suficiente para se apurar; que está a jogar bem e que, acima de tudo, se está a construir uma equipa imbuída de valores vitoriosos, dentro de um projecto liderado pela própria FMF, razão para não demitir Abel Xavier. Tenho cá para mim que as razões arroladas por Alberto Simango Jr para não se ter decidido em demitir Abel Xavier são tão válidas quanto indiciadoras da inauguração de uma nova forma de lidar com o fenómeno desportivo, mormente no binómio projecto-resultados desportivos. Ora, todos querem ganhar. Das nações mais poderosas do mundo, cujas estruturas desportivas estão há quase séculos consolidadas a países emergentes, todos o querem. Não há quem acorde e diga que quer perder. Todavia, entre querer ganhar e ganhar há uma distância a percorrer. Há estruturas por construir e consolidar até se chegar à estabilidade de resultados desportivos. Até chegar a um estágio em que ganhar é uma habitualidade e perder uma excepção. Essa fase, em que ganhar é habitual e perder uma excepção, chega-se a ela construindo bases sobre as quais essas mesmas vitórias se vão assentar, não abanando nas derrotas e se mantendo firme no caminho para o objectivo maior que se quer atingir.
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