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Manave vs Ahmad ahmad: quando a credibilidade interna faz diferença

No passado domingo, 23 de Junho, o país celebrou com a eleição do moçambicano Aníbal Manave para o cargo de presidente da FIBA-África, o órgão reitor do basquetebol a nível continental, em substituição do maliano Hamana Niang.

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Sobre os elogios a esta eleição de um compatriota nosso, creio quase nada ainda haver por acrescentar, até porque o mais alto magistrado da Nação, o Presidente Filipe Nyusi, emitiu em tempo oportuno uma mensagem de felicitações ao antigo jogador do Maxaquene, da Selecção Nacional, presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol (FMB), presidente da FIBA-África ao nível da Zona VI e também actual presidente do Comité Olímpico de Moçambique (COM). Neste contexto, gostava de fazer uma abordagem sobre o valor interno que pode gerar esta eleição de Manave à presidência da FIBA-África, usando como critério de comparação ou de paralelismo o impacto que teve para o futebol do Madagáscar a eleição, há dois anos, de Ahmad Ahmad, para o cargo de presidente da Confederação Africana de Futebol (CAF). Ou seja, em termos comparativos, Manave foi eleito para um cargo em tudo semelhante àquele para o qual em 2017 foi eleito Ahmad Ahmad: dirigir o órgão reitor da modalidade a nível continental. Ora, quer Manave quanto Ahmad, quando chegaram ao ponto mais alto da administração da modalidade em África as modalidades que dirigem, nos respectivos países, nada(va)m literalmente em águas turvas ou quase estagnadas. Antes de Ahmad Ahmad chegar à presidência da CAF o futebol do Madagáscar valia quase nada a nível africano e até global. À época da eleição de Ahmad Ahmad a organização interna do futebol do Madagáscar era penoso; havia uma gritante falta de recursos financeiros para fazer funcionar a modalidade a vários níveis; os clubes e selecções nacionais daquele país do Oceano Índico eram precocemente eliminadas nas frentes continentais; mal tinham uma certa protecção por parte das arbitragens e, em suma, dentro e fora das fronteiras malgaxes o futebol era uma área social desprezível. Em apenas dois anos de Ahmad Ahmad na presidência da CAF o cenário acima descrito mudou radicalmente. Isto é, Ahmad Ahmad foi razão da mudança na percepção interna do futebol no Madagáscar. Com um cidadão malgaxe na presidência da CAF, aquela sociedade mudou as lentes dos óculos que usava para ver o futebol. O futebol malgaxe ganhou um amparo de credibilidade e os patrocínios que escasseavam passaram a abundar; as condições materiais e financeiras para investir estruturalmente em todo o futebol malgaxe aumentaram; os jovens filhos de pais malgaxes que nasceram no estrangeiro ou que para lá foram estudar e continuaram a jogar futebol disponibilizaram- -se a regressar a jogar pelo país dos seus pais e os resultados estão à vista de todos.

Narciso nhacila

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