“Desta vez a culpa nem foi do minuto 92. Mas há algo que nos atormenta que não sei o que é…”, dizia um adepto, cabisbaixo, à saída ontem do Estádio Nacional do Zimpeto, enquanto outro acrescentava “acho que isto é como aquele caso das crianças/alunas que desmaiam nas escolas sem mais nem menos. Estes perdem sem mais nem menos, por isso acho que é preciso uma cerimónia tradicional como fazem nas escolas”.
É que o povo – inclui-se governantes -, que vibrou tanto até onde os Mambas deixaram, saiu em ambiente cabisbaixo. E logo veio uma frase que ouvi há anos: “eternos sofredores me assustam, parece que tem gente que gosta de sofrer”.
É que a jogar em casa quando se vai ao intervalo a vencer por 3-0 – era 3-1 na eliminatória – acredita-se ser favas contadas, por isso até se entoava o conhecido “salane”. Mas algo surreal aconteceu. Em seis minutos (50 e 56´) os Mambas sofreram dois golos consentidos e perderam a eliminatória com o mesmo estrondo com que foram afastados há dois anos pela mesma equipa para o CHAN2018 e do CAN-2019 ante Guiné-Bissau. Ou seja, o povo viu uns Mambas que não aplicaram ainda a máxima segundo a qual “a dor que nos machuca é a mesma que nos ensina”, ou seja, aprenderam nada.