Era um jogo carregado de significados para os dois conjuntos em confronto e que à entrada para esta jornada de acerto de calendário referente à vigésima quinta jornada estavam separados por 15 pontos, a melhor para os visitantes, que foram à Machava com o objectivo de encurtar a distância ou no máximo do escopo tentar sair do vale do Infulene com os mesmos pontos do adversário directo na luta pelo título e com quem vai fazer o seu próximo jogo, o Costa do Sol. Um deslize dos hidroeléctricos de Tete era um passo atrás nas contas da classificação.
O Ferroviário queria continuar na senda dos melhores resultados, o que permitiria consolidar definitivamente o estatuto de terceiro classificado da prova. Por isso quando o Filimão Correia deu por iniciada a partida, vivida de forma intensa nas bancadas por milhares de adeptos que se deslocaram ao Infulene como que a dar importância ao que era o próprio jogo, ficou a imagem de que o equíbrio entre as forças beligerantes seria fifty-fifty, pelo menos nesta primeira parte, mas as nossas previsões falharam porque foi o conjunto de Daúde Razaque a assumir as rédeas do jogo e a mostrar, como o jovem técnico afirmara na antevisão desta partida, que em casa são eles a mandar. E prevaleceu a lei do mais forte, porque, além de ter marcado dois golos (já contamos a história) falharam um par de oportunidades que, concretizadas, seriam um estrondo para a turma de Nacir Armando. Aliás, o conjunto tetense não esteve ligado no jogo nos primeiros quarenta e cinco minutos, também por culpa do próprio adversário, que quase ganhava tudo e, quando assim é, dificilmente se pode errar. Mas o filme do jogo neste período teve como principais actores do lado do Ferroviário Diogo e Alain. Diogo poderá ter fechado as portas se um dia pensava que fosse homenageado com o título honorífico na sua província, a de Tete. Doravante será visto como personna non grata.
Foi daquele pé esquerdo que começou a devastação sobre a equipa de Songo. Aos 7 minutos, numa jogada de insistência por parte dos homens do Ferroviário, o camisola 16 ganha o esférico mal amortizada por Amadou e, num passe teleguiado, descobre Alain, que nada mais podia fazer senão bater Leonel. O golo madrugador espevitou a partida. Por um lado o Ferroviário a carregar e do outro a UD Songo a tentar assentar o seu jogo e nas poucas oportunidades criadas para visar Franque fazia-o com fulgor a responder o poder de fogo de meio para frente que caracteriza a turma de Tete. Foi assim no minuto 27 quando Miquissone e Telinho, dois perigos quando soltos, este último quase empatava a partida. E o jogo foi correndo com um, dois, três e quatro oportunidades claríssimas do Ferroviário para marcar mas todas falhadas, umas vezes por alain, uche e Kito, até que ao minuto 33 o estádio da Machava levantou-se para celebrar um grande golo. advinha-se a autoria: Diogo, pois claro!