Há quase uma década e meia estive em posse de uma lista de agiotas que concediam empréstimos em dinheiro a jogadores e treinadores. Lembro-me que, nessa altura, alguém incentivou-me a fazer uma reportagem sobre o assunto. Mas, com todos os elementos em minha posse, desaconselhei-me. Percebi que ia correr um risco enorme. Temi por mim, mas sobretudo pela minha família.
Dias depois ouvi falar de um episódio que envolvia um treinador conceituado que fora “qualquerizado” por um agiota que, presentemente, está há sete palmos abaixo da terra, ou seja, morreu.
Nesse episódio, o agiota colocou o dedo em riste na cara do tal treinador porque este não conseguira, no tempo combinado, fazer o reembolso do dinheiro concedido. O treinador ficou naquele instante cabisbaixo, sem competência, nem autoridade. Dizem que o técnico não conseguiu pagar a tal dívida antes do agiota “partir desta para o outro mundo”, facto que pode ter-lhe proporcionado um grande alívio, dada a avultada soma que não iria reembolsar.