N os primeiros anos da independência nacional foi famosa uma canção revolucionária que exaltava a coragem dos heróis nacionais Eduardo Mondlane e Samora Machel, por terem partido para Dar-es-Salaam, a capital da Tanzania, para liderar a luta de libertação nacional.
Na canção, cuja letra em tsonga (changana), uma língua dominante na região Sul do país, perguntava- -se quem teria ido a Dar-es-Salaam, para, de seguida, se responder que foram os “madodas” (senhores respeitáveis) Mondlane e Samora.
Agora, quase 60 anos depois dessa epopeica viagem a Dar-es-Salaam, outro jovem rumou para o país vizinho do norte.
Tão jovem quanto aqueles, José Luís Miquissone trocou no início do ano a União Desportiva do Songo pelo gigante Simba Sport Club, da “cidade da paz” (significado de Dar-es-Salaam).
A conquista definitiva da admiração demorou cerca de um mês. De finais de Janeiro até ao momento, Luís Miquissone tornou-se ídolo na “cidade da paz”.
Os dois golos marcados contra o KMC, no domingo do dia 1 de Março, foram determinantes para o atleta e os adeptos verem acender um amor nascido ao avesso quando, em 25 de Agosto de 2019, Miquissone foi responsável pelo golo e uma exibição de gala que valeu o empate (1-1) da União Desportiva do Songo e consequente eliminação caseira do Simba SC, para o acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões Africanos.
Em sete jogos disputados, o “génio” de Angónia marcou três golos, fez uma assistência, arrancou exibições de encher o olho e se tornou um verdadeiro ídolo na Tanzania.