Foi no longínquo Verão de Agosto de 2000, aos 21 dias deste mês, segunda- -feira, que o país, ou melhor, o mundo desportivo nacional, sobretudo ligado à modalidade raínha, perdeu um dos basilares, senão o melhor, depois do também saudoso Joaquim João, defesa central que o país um dia teve.
Nascido a 28 de Julho de 1968, Luís Parruque morreu jovial, perdeu a vida no auge da carreira: aos 32 anos de idade! Se estivesse ainda em vida, o antigo defesa completaria este ano 52 anos. Foi na altura (continua a sê-lo) um golpe duro para quem com ele conviveu, extensivamente para os amantes e bons apreciadores de uma forma peculiar de um jogador de estar em campo. A sua maneira sublime de actuar entre as quatro linhas contagiou muitos que o viram jogar e até os que apenas ouviram falar e que, passada uma década, ainda guardam nas suas memórias algumas jogadas, algumas palavras trocadas e na mais das hipotéses também , lances disputados.
DO MATCHEDJE
AO TOPO DE ÁFRICA
Com início da carreira ligado ao fervoroso Matchedje, para lá dos anos 80, ajudando anos mais tarde a equipa militar a sagrar-se campeã, foi no Desportivo dos pós Calton e Chababe que encontrou uma plêiade de outros jovens talentosos com quem formaram nos anos 90 um dos grandes plantéis que os alvi-negros uma vez tiveram: o dos Tico-Tico, Nelinho, Tomás Inguane, Dário Monteiro, Bernardo, Luisinho, entre tantos outros. E tal como seria de esperar, Parruque contribuiu decisivamente para a conquista de títulos para a turma alvi-negra. As suas constantes boas exibições enchiam os olhos de muitos treinadores e dirigentes desportivos, prenúncio de que o defesa central tinha um largo futuro pela frente. Foi assim que o Ferroviário de Maputo se intrometeu na corrida pela sua contratação, muito por culpa do também inconformado técnico Arnaldo Salvado, que foi um dos rostos pela chegada de Luís Parruque ao ninho dos “locomotivas”. Aliás, penosamente, o Ferroviário, onde passou grandes momentos da sua carreira, seria a última casa do mais velho dos craques Parruques. Recorde-se que tempos mais adiante o pequeno e genial médio Danito Parruque viria colmatar um pouco a falta do mais velho na formação locomotiva. Jogou como ninguém e eternizou o nome Parruque entre os anais da história deste clube da Baixa.
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