Na entrada da década de 90 perfilava na “la masia” do Grupo Desportivo de Maputo uma plêiade de jovens talentosos que davam nas vistas, pelo perfume do futebol que apresentavam. Havia certeza aos olhos dos críticos filósofos do futebol de que dali o futuro estava garantido. Dito e feito, a maioria destes jovens alavancou o nome do Desportivo na arena nacional e, individualmente, inscreveu o seu nome em vários estádios internacionais em defesa dos emblemas no peito carregados.
Mais cedo parte destes ascendeu à equipa principal e chamou desde logo atenção a vários olheiros nacionais e internacionais e, internamente, aos gabinetes técnicos da Federação Moçambicana de Futebol.
Mário Coluna, confiando para levar os Mambas para a segunda participação numa fase final do Campeonato Africano das Nações, Tunísia’94, depois de 1986 Belmiro Manaca Dias ter estreado Moçambique, o “Monstro Sagrado” não tremeu e nem olhou para a idade para lançar um jovem que mais tarde viria a fazer história na Selecção Nacional de Moçambique, na época referenciada pelo actual treinador dos Sub-23 do Vitória do Setúbal, Chiquinho Conde (1985-2001). Este franzino, que aos poucos foi ganhando musculatura, responde pelo nome oficial de Manuel José Luís Bucuana, o tal fenómeno nacional Tico-Tico! Nascido há 47 anos, ou seja, a 16 de Agosto de 1973, seria curiosamente há 16 de Agosto de 1992 que Tico- -Tico marcaria estreia oficial pelos Mambas em jogos de qualificação para a maior festa continental em futebol. Tinha apenas 19 anos quando se deu o grande passo na carreira do então jovem-promessa nacional, vestindo pela primeira o manto sagrado da equipa nacional. Em 94 partidas realizadas pelos Mambas, numa carreira que durou 18 anos, Tico não apenas escreveu o seu nome com letras de ouro como também conserva um registo de melhor marcador dos Mambas: 27 golos. Dário Monteiro (1996-2011) retirou-se com 16 golos, os mesmos que ostenta Elias Pelembe, Dominguez, ainda em activo.