Fez parte do grupo de atletas que viveram o período de transição da Independência Nacional em 1975, da mudança do nome de Sporting Clube de Lourenço Marques para o Maxaquene e ainda testemunhou as conquistas principais (cinco campeonatos nacionais e nove Taças de Moçambique) do clube e hoje acompanha a pior fase deste clube centenário.
Viveu por dentro 55 dos 100 anos de vida do actual Clube de Desportos da Maxaquene e actualmente quando visita as instalações sente enorme tristeza pelo estado em que se encontram.
E Bernaldo Ouana, o Naldo para a tribo futebolística, há dias partilhou connosco algumas memórias vividas no clube formado por um grupo de estudantes adeptos do Sporting Clube de Portugal.
Ainda que com menor frequência que noutros tempos, Naldo diz que tem passado pelas instalações do clube que escolheu para jogar a apoiar. “Tenho passado pelo clube sempre que posso”, conta e depois explica que nestas passagens, quando repara para o património, que era orgulho de todos, sente alguma tristeza e quase sempre se pergunta “quem te viu e quem te vê, Maxaquene?”, uma questão que faz sem esperar resposta, porque “faço a mim mesmo. Só sei que quando estou no clube logo aparece essa questão. Não consigo explicar o que está a acontecer”, refere Naldo, que depois faz uma pausa, como que à busca de uma resposta, e com alguma tristeza esboça uma “se calhar também sou dos culpados porque com outros tantos deixamos isso acontecer ficando distantes enquanto o clube caía”, justifica.