Desde 1990 que o Liverpool não ganhava a Premier League e este seria um título sempre especial, que ainda mais único se tornou pela paragem imposta pela Covid-19, pelos adeptos que já não podem estar nos estádios e, agora, por a conquista ter sido garantida por uma derrota (2-1) do Manchester City, o maior adversário do Liverpool nos últimos anos, em casa do Chelsea. O Manchester City perde, o Chelsea ganha, matematicamente se torna impossível que o maior rival das épocas mais recentes, que o adversário que lhes roubou esta alegria, faz agora um ano, e por um ponto, não tenha mais pontos de sobra para impedir os jogadores do Liverpool de, algures entre sofás, televisões, cervejas, champanhes e casas separadas pelas regras do confinamento, estarem neste momento a celebrar um muito especial título de campeões ingleses, 30 anos depois de os seus antepassados no clube o terem feito pela última vez.
Especial seria sempre, tão regrado e sem adeptos que está no estádio, e tão interrompida que foi por um bicho microscópico e virulento que suspendeu a vida no mundo e por arrasto a Premier League, que sem futebol ficou durante dois meses entregue até a rumores de esta época poder ser considerada nula, sem efeito, quando nos últimos 30 anos nunca tão perto se vira o efeito conquistador a vir, tão avassalador, tão superior, da parte vermelha de Liverpool.