Na semana antepassada o desporto nacional despediu-se de Augusto Matine e Stélio Craveirinha, duas figuras que para além de se terem destacado como atletas e treinadores de futebol e atletismo, respectivamente, foram marcantes pelo seu carácter sincero, frontal e, acima de tudo, vertical na defesa dos caminhos que consideravam correctos, quer para o alcance de resultados desportivos supremos, como também na condução de seus atletas para uma vida sucedida fora dos campos e das pistas.
Por essa sinceridade, frontalidade e verticalidade, quer Augusto Matine assim como Stélio Craveirinha foram vezes sem conta incompreendidos, arranjaram uma espécie de inimigos no panorama desportivo nacional, não porque teriam feito mal a alguém, mas sim porque ousaram em levantar voz e apresentar ideias sobre o que consideravam certo para o desenvolvimento do futebol e atletismo nacional.
Todos se lembram de como Matine regressou ao país, com a cabeça a arder de ideias e crença nas acções de desenvolvimento do futebol nacional e que deveriam passar por levar a cabo um trabalho árduo de que ele mesmo queria fazer parte. Todos estão recordados que quando Matine regressou, em 2000, e começou a trabalhar na Federação Moçambicana de Futebol (FMF), e cedo apercebeu-se que aquela instituição tinha enormes limitações para levar a cabo os seus propósitos, sendo que no que tange à formação de atletas num espaço próprio havia o crónico problema da falta de campos. Foi então que Matine desenhou o projecto da parceria entre a FMF e o Clube 1º de Maio, para o uso do campo dos alvi-rubros, no Bairro da Maxaquene, na cidade de Maputo, que passou a servir de “Casa das Selecções Nacionais”.
Narciso Nhacila
narciso.nhacila@snoticias.co.mz
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