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REPORTAGEM

A História do nosso Futebol precisa de ser documentada

O antigo internacional moçambicano Manuel Bucuane, mais conhecido por Tico-Tico nos meandros desportivos, lançou semana passada, de forma virtual, a sua primeira obra literária “Eu Tenho Um Sonho”, na qual conta as suas experiências como ex-futebolista e indica um conjunto de “caminhos” para a saída do marasmo a que o nosso futebol está votado. Tico-Tico, que este ano completa 48 anos de idade, mais de 20 como atleta de alto nível, disse ao “desafio” que o que mais lhe move a ingressar no mundo das letras é ver a história do nosso futebol documentada, pois o que tem acontecido é que ela é contada de forma oral, pelos mais velhos, geralmente testemunhas oculares ou mesmo jogadores de outrora, o que para ele está errado e é perigoso, porque a memória dessas pessoas desaparece quando elas deixam de existir e com isso fica-se sem história. O antigo ponta-de-lança, 87 vezes internacional moçambicano, com 27 golos (um recorde na nossa Selecção) sugere, por outro lado, a profissionalização do nosso futebol e a valorização dos atletas. Fala de vários sonhos, mas o maior de todos (e que inspirou o título da sua obra) é ver Moçambique um dia num Mundial de futebol.

– “Com esta obra pretendo transmitir a ideia de que a nossa história tem de ser preservada. Pelo que sei, o país sempre produziu grandes jogadores desde o período colonial. A história dessas pessoas (jogadores) só ouvimos de pessoa a pessoa, de forma oral. Não está documentada, não está registada, o que é demais pois parecemos um povo sem história, quando a temos e é muita rica. Com a obra espero inspirar novas gerações a ter o espírito de documentar a nossa história. Poucos sabem que existiram Eusébio e Coluna, que saídos de Moçambique jogaram um Mundial de futebol. Eusébio foi melhor marcador de um Mundial de futebol e poucos documentaram isso, sobretudo em Moçambique, mas são pessoas que nasceram nesta terra e que tiveram reconhecimento global. As pessoas só conhecem o curriculum dos jogadores doutras galáxias, mas não do seu país. Temos que tentar introduzir um arquivo do nosso futebol, pelo que nesta obra é o que tentamos fazer.

Eu, particularmente, sou um jogador que alguns me viram a jogar e outros só ouviram falar da minha obra, pelo que decidi publicar este livro com detalhes daquilo que foi a minha carreira, desde o meu início até ao topo da carreira. Falo de toda a minha carreira, da minha passagem pelos diferentes clubes nos diferentes continentes. É um pouco disto que tento trazer no livro. É uma tentativa de inspirar os mais jovens, num país com dificuldades que todos conhecemos, mormente na área da formação. No livro trago uma visão minha baseada na experiência que vivi ao longo dos anos de jogador”, disse.

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