Das fraquezas, forças. Das contrariedades, oportunidades. Da sombra para a luz! A Itália contornou os vários contratempos que teve na final de Wembley, como o ambiente ou o golo madrugador dos ingleses, e festejou no fim, qual Wembleyazo! Nos penalties saiu tudo ao contrário a Southgate e manteve-se o drama inglês nos momentos decisivos. De um lado e do outro houve mais uma demonstração de qualidade individual e colectiva, mas a vitória é justíssima, para a equipa que quis sempre o golo. A Itália é a nova campeã da Europa! Como cantava Gianna Nannini eEdoardo Bennato, no hino do Itália 90… “notti magiche inseguendo un goal sotto il cielo di un´estate italiana”**
SÓ FALTAVA UM GOLO A FAVOR
Só faltava um golo a favor. Em casa, no seu estádio, com o seu povo em êxtase, a Inglaterra tinha a sua primeira final de um Euro com indicadores muito positivos. Não será descabido, e poucos ousarão contrariar, que estas duas equipas eram as mais justas na final, atendendo ao trajecto e ao futebol (ofensivo e defensivo) com que brindaram a Europa durante um mês de futebol. O contexto ímpar dos tempos de pandemia, aliado a um contexto sui generis de uma competição em vários países, podem explicar alguns insucessos, mas, no relvado, houve finalmente uma Inglaterra madura e coesa e voltou a haver uma Itália pujante, num estilo diferente do tradicional. Mas o jogo determinante era em Londres e, se isso já era uma vantagem, ainda mais favorável ficou com o golo inaugural, o mais rápido da história das finais de Euros, num contra-ataque perfeito de uma Inglaterra que até tinha cedido um canto desnecessário, mas que foi bastante audaz nesse momento, com muitos homens no ataque e com as asas, qual profecia, a fazerem o golo: Trippier cruzou, Shaw rematou para dentro. Dizemos “profecia” porque, tal como contra a Alemanha, Southgate desligou- -se dos críticos e foi mais prudente, com três centrais. Ora, como reagir a um golo madrugador? Durante um período a Itália pecou bastante. Quis pegar no jogo, mas deixou muito espaço para a transição. Quis furar no último terço, mas cedeu muitas vezes à tentação de querer fazer rápido. Ganhou, com isso, a Inglaterra, muito bem posicionada, sem problemas em defender baixo para fechar os espaços aos transalpinos. Ainda que… durante esse período de inconstância italiana a Inglaterra manteve a sua toada prudente. Às vezes em demasia, pois deu a sensação de que o desnorte posicional italiano podia ter sido explorado com melhores resultados se houvesse outra audácia. Quando Jorginho se lesionou, num choque com um adversário, Mancini terá temido o pior. Minutos depois o seu 8 voltou ao campo e, numa altura de dúvida se conseguia continuar ou não, até se viu o crescimento da Itália, alicerçado em Chiesa, um dos que mais aproveitou este Euro para se valorizar ainda mais.
{loadmodule mod_sppagebuilder,Leia mais…}