O futebol sul-africano é uma excelente montra para voar a outros mercados, pelo facto de ter um campeonato bastante televisionado e os seus ecos chegarem aos quatro cantos do mundo. Há dois anos no Baroka FC, equipa da I Divisão com sede na localidade de Libahomo, Manuel Kambala, ou simplesmente Kambala, de vinte e nove anos de idade, diz que tem sido “assediado” por clubes locais e de Dubai com propostas aliciantes e condições de trabalho mais dignificantes. Entrou para o Baroka FC pela mão do treinador zambiano Edson Nyirenda e hoje se sente bem no seu clube. Contudo, diz que passou por maus bocados no período pós- -Nyirenda, mas teve de buscar forças e energias para desconstruir forças ocultas ao seu objectivo de se afirmar e chegar mais longe. Todos os dias faz cem quilómetros de ida e volta de Pologwane-Libahomo para sessões de treinos. Kambala já teve uma família. Há dias esteve em Quelimane por razões familiares e o desafio aproveitou a ocasião para dois dedos de conversa rápida, cujos excertos se seguem:
– Como foi a sua integração no futebol sul-africano?
– “No princípio foi muito difícil devido a vários factores, como o clima, a língua e a cultura. Não falava Inglês e era preciso fazer um esforço para aprender porque afinal é uma ferramenta de trabalho. Tirando esse factor, fui bem recebido porque consegui penetrar com a ajuda do Wedson Nyirenda, o treinador zambiano que já esteve no Ferroviário da Beira e mais tarde na União Desportiva do Songo. Ele conhecia o meu estilo de jogar e apreciou as minhas qualidades e a solicitação para o meu actual clube o Baroka FC foi daqui para aqui. Quando Nyirenda sai veio o outro treinador e nessa altura alguns colegas começaram a fazer comentários nada abonatórios sobre a minha pessoa e nalguns jogos fui sendo preterido no onze inicial. Vi nisso uma força e oportunidade para trabalhar e singrar. Se eles se incomodavam é porque viam algum de muito bom que tinha mas agora a relação normalizou- -se. A minha passagem da União Desportiva do Songo para Baroka FC foi o momento mais feliz da minha vida, porque qualquer jogador tenciona sempre dar um salto qualitativo. Devo dizer que antes tinha outras propostas mas precisava de pensar muito e quando o “couch“ Nyirenda me convidou não resisti porque também nutria muita confiança nele”.
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