Giannis Antetokounmpo levou os troféus de campeão e de MVP (jogador mais valioso) das finais da NBA (Liga Profissional de Basquetebol Norte-Americano) para casa. Literalmente levou para casa. Colocou os dois troféus em cima da cama e foi dormir: “Esses troféus não podem sair da vista, porque vai que tudo não passou de um sonho?”
E que sonho. Nem todos sabem, mas Giannis, também conhecido por Greek Freak, é um imigrante ilegal. Viveu anos sob esse estigma. Os pais nigerianos fugiram para Grécia em busca de melhores condições. E não foram bem recebidos. Sob o risco constante de serem deportados, passaram por muitas dificuldades, a mãe babá e empregada doméstica e o pai trabalhando com pequenos reparos, no estilo faz-tudo. Os filhos mais velhos tinham que ajudar na renda e trabalhavam como ambulantes, vendendo DVDs, óculos, relógios, chapéus e bolsas. As refeições não eram garantidas, às vezes era só uma por dia. De noite não se devia sair à rua, pois grupos neonazistas eram famosos na região por agredir imigrantes.
E isso não aconteceu só quando Giannis era muito pequeno. Ele era um apátrida até os 18 anos. Só conseguiu o passaporte grego porque foi ‘draftado’ pela NBA. Havia um processo para reconhecimento da nacionalidade do atleta aberto há dois anos, mas nada aconteceu. Quando o Giannis foi ‘draftado’, precisava de um passaporte para viajar para os Estados Unidos, então resolveu ir atrás do passaporte nigeriano, já que o grego não resultava. Foi só com essa notícia em mãos que o Governo grego se mobilizou: “Esse jovem vai jogar nos Estados Unidos? Na NBA? Ah, então ele é grego, sim!” Passaram a documentação imediatamente e, finalmente, Giannis teve algum país que o reconheceu como cidadão. Mas, veja, não por bondade, e sim por interesse.
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