Ludovina Dias de Oliveira dispensa apresentação no desporto nacional, em particular no atletismo. É nada mais nada menos que a melhor lançadora do disco de Moçambique de todos os tempos, ela que para ampliar o fosso que a separava das suas adversárias fixou o recorde nacional da especialidade em 47.78 metros no longínquo ano de 1984. O mesmo que dizer que a marca, batida em Maputo, ao serviço do seu cube de sempre, o Ferroviário, vai completar 38 anos no dia 19 de Maio, sensivelmente um mês antes de a autora celebrar 66 anos de vida.
Em Portugal desde 2020 – para onde foi com o fito de cuidar de perto da saúde da sua mãe, a dona Cristina António, hoje com 87 anos – Ludovina acabou anuindo a um convite para regressar às pistas, aos lançamentos, envergando a camisola dos Veteranos do Belenenses, clube que num passado distante viveu anos de glória por conta da mágica fogosidade do goleador moçambicano Matateu, o nosso Sebastião Lucas da Fonseca, mais tarde apoiado pelo seu irmão Vicente Lucas, esse célebre e impecável defesa que anulou Pelé no Mundial de 1966.
A princípio regressar às pistas era um mero hobby, mas depois virou competição a sério. Despertou velhas paixões de superar os outros e auto-superar-se. Depois veio o título de campeão pelo Belenenses, em 2020. Depois veio outro, em 2021, sempre com uma contribuição vistosa da moçambicana, que, juntamente com os seus colegas, escreveram história no clube de Belém, casa que ainda hoje venera Matateu como o melhor jogador que já passou pelo clube em toda a sua história de existência. E seguramente o fará para todo o sempre.
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