Um dia, em princípio dos anos 90, um menino que responde pelo nome de Dário Ivan Calu Khan contrariou a vontade da dona Paulina Filimone Nguenha, sua mãe, e foi bater à porta da Universidade Pedagógica (UP), pedindo para se iniciar no clube, acabadinho de emergir. Foi admitido, embora não soubesse ao certo se queria ser defesa, avançado ou guarda-redes. Acabou por experimentar tudo, até os técnicos descobrirem nele um potencial defensor. Grudou-se nessa posição. E deu no que deu. Nascia um dos maiores centrais de marcação de Moçambique.
A passagem pela UP foi efémera. O Desportivo de Maputo foi tirá-lo para as suas escolas. Aqui fez toda a formação até atingir os seniores. Era o início de grandes cavalgadas, que atraíram a cobiça do Ferroviário, Liga Desportiva e Costa do Sol, no que ao futebol doméstico diz respeito. Sim, porque depois a fasquia subiu. Começou a carreira internacional, porque o Al-Hilal do Sudão lhe abriu as portas, em 2004. Cinco anos depois, depois de conquistar três campeonatos e três taças, ruma para o Ismaily do Egipto, por um ano, antes de escalar a terceira e última equipa da diáspora, o Al-Kharitiyath, do Qatar, emblema que representou por três temporadas e meia.
Em todos esses clubes celebrizou-se com a imagem de durão e ele assume que, realmente, era isso que queria ser: “Bad As I Wanna Be”, como diria o excêntrico Dennis Rodman, o eterno Verme. E Dário, de facto, trabalhou o seu físico para subsidia-lo na sua postura como defesa. Com o tempo, o treino, aliado a corridas, robusteceu a sua musculatura, enrijeceu-lhe os tendões, o que lhe tornava num poço de forças, um jogador vigoroso e incansável. Quase imbatível no um-para-um. Muitas vezes temido, também. E mesmo quando foi fazer a sua última época em 2016/17, no Desportivo, notava-se que o seu fulgor mantinha-se inabalável. Incólume!
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