Não estava escrito! Nem a goleada sobre o Costa do Sol ajudou Associação Black Bulls a conquistar o que seria o segundo título consecutivo em cinco anos da sua existência. A vitória dos “touros” sobre os “canarinhos”, por 3-0, apenas veio confirmar ainda a retumbante trajectória da equipa do Tchumene na derradeira etapa do campeonato. Claro que a Black Bulls se tivesse logrado o título não seria surpresa para ninguém, a justificar uma recta final regular dos “touros”, que por conta disso tinham recomendado as faixas da campeã, mas o sonho acabou sendo adiado pelo também triunfo do seu único concorrente, a União Desportiva do Songo, que colocou os hidroelétricos com um ponto de vantagem sobre a turma de Tchumene.
Quanto ao jogo, nada que se diga em desabono à turma da casa, que dominou e desperdiçou várias oportunidades que teriam colocado os “touros” a vencer por números bem altos. A superioridade da Black Bulls se reflectiu em todos aspectos. Foi mais criativo e por isso teve maior posse de bola e muitas ocasiões para violar a baliza defendida por Victor.
Jogando num sistema 4x3x3, com uma equipa técnica e tacticamente apurada, a Black Bulls foi rápida nas transições e desfez o meio campo contrário por força da sua capacidade colectiva aliada à maior qualidade individual de certos jogadores que fazem diferença no conjunto. São os casos do “capitão” Kadre, que desbobinou o jogo dos “touros” do meio campo para o ataque, com apoio de Rume e Beto, permitindo que o jogo fluísse para o ataque, onde Hammed, Jesus e Victor Jr. apareciam com frequência para a finalização.