Chiquinho Conde, seleccionador nacional, era um homem feliz. Acabava de conseguir um feito histórico para o futebol moçambicano: qualificar os “Mambas”, pela pela primeira vez, para os quartos-de-final dum Campeonato Africano das Nações, mesmo que seja para jogadores que actuam nos campeonatos domésticos.
Apesar da derrota frente à Argélia por 0-1, a euforia era enorme, sobretudo pela qualificação.
Na primeira abordagem, Chiquinho, já na zona mista para entrevistas, perante um batalhão de jornalistas, que o aguardavam, incluindo a nossa reportagem, disse:
“Primeiro tenho de felicitar os meus jogadores. Foram bravos, fantásticos… a resiliência é isso mesmo. É adaptarmo-nos no mundo e não o mundo a nós. Desenhámos uma estratégia para este jogo em função daquilo que o jogo ditou, tivemos que fazer algumas alterações, a primeira foi com Victor, que teve problemas no joelho, tivemos que o substituir por Ivan (isto no período de aquecimento). O Ivan provou e mostrou que tem enorme qualidade, lesionou-se num lance infortúnio. Tivemos que mudar, lesionou-se também o Bheu e tivemos que alterar. Foram duas substituições que não estavam na nossa estratégia e ficámos só com três. E aí era só arriscar ou voltávamos a jogar num 4x1x3x2, tirando os dois médios interiores, porque a nossa táctica passava por ter mais músculo e bola e depois sairmos em ataque rápido, dando liberdade aos três jogadores de ataque. Tivemos que alterar isto, mas os outros que entraram depois deram boa resposta. Fomos para cima do adversário. Não tivemos a mesma sorte do jogo passado, mas futebol é isso mesmo.”