Um sonho adiado pela segunda vez, depois do primeiro na Mauritânia em 2021. Desta vez, o sonho ruiu naquele que é conhecido como sendo o berço da civilização humana, Egipto. A Selecção Nacional de Futebol Sub-20 esteve a uma vitória de garantir a sua presença inédita nos quartos-de-final da 23.ª edição do Campeonato Africano das Nações (CAN), porém o desejo não foi para além do plano teórico depois de ter perdido para a Nigéria (0-2) na derradeira jornada da fase de grupos (A) desta competição.
Os “Mambinhas” assistiram impotentes a passagem dos “Flying Eagles” para os “quartos”, nesta que é a 18.ª presença dos nigerianos num “Africano”.
O sonho moçambicano ficou encalhado no Canal de Suez, mas os resultados do trabalho levado a cabo por Dário Monteiro, sua equipa técnica e por tantos outros treinadores de formação começa a dar frutos. O caminho a seguir é este, o futuro é promissor.
Para o combinado nacional, apenas a vitória interessava para que continuasse a alimentar a esperança de garantir um lugar na fase seguinte e, quiçá, sonhar em marcar pela primeira vez a presença num “Mundial” da categoria, uma vez que os quatro semi-finalistas desta prova já têm carimbado os seus passaportes para Indónesia-2023.
Apesar de ter havido uma relativa dependência de terceiros do lado da equipa nacional, à entrada da terceira e última jornada da fase de grupos, Moçambique ocupava a terceira posição com apenas um ponto, os mesmos que os egípcios, estes que acabaram por ser humilhados com uma pesada derrota (4-0) na última jornada pelo Senegal.
A equipa treinada pelo experimentado Ladan Bosso marcou dois golaços na primeira etapa, por intermédio de Samson Lawal (33´) e Ibrahim Muhammad (41´), para garantir o segundo lugar no Grupo “A” com seis pontos, numa altura em que o Senegal fazia o pleno no Estádio Internacional do Cairo.
Os nigerianos dominaram claramente a partida do princípio até ao final, num dia em que Dário Monteiro introduziu no seu onze inicial oito novos rostos. Aliás, o técnico moçambicano acabou dando a oportunidade de todos fazerem alguns minutos, nesta que é a maior montra futebolística do futebol juvenil em África.
Moçambique ainda tentou imprimir alguma resistência apostando na postura defensiva, estratégia com a qual mostrou ser forte. Contudo, o sector atacante foi o que mais denotou lacunas.