O futebol moçambicano sempre foi rico em exportar jogadores para fora do país. Logo após a independência, a 25 de Junho de 1975, foram vários os que deixaram a Pérola do Índico em busca de novos desafios. Uns atravessaram a fronteira a caminho da África do Sul e Eswatini, outros, mais audazes, sobrevoaram o mar Mediterrâneo para tentarem a sorte em Portugal.
No pós-independência, Chiquinho Conde, é dos que mais fez furor entre os que actuaram no futebol luso. Ido do Maxaquene em 1987 para o Belenenses, o avançado abriu portas para emigração de muitos dos seus compatriotas, que na altura, levados pela globalização, arriscaram viagens para outros países até então desconhecidos pela maior parte dos moçambicanos.
Nesta onda de aventuras, o extremo Gonçalves Fumo, que curiosamente, tal como Chiquinho, fizera carreira no Maxaquene, é ainda hoje o jogador que mais clubes representou no estrangeiro. Ele, que pendurou as chuteiras em 2014, ainda detém o recorde de 13 clubes que representou. Por ordem, aquele que era na altura um dos maiores talento do futebol nacional começou por representar o Sporting na temporada 1999/2000. Não foi feliz. Fez apenas um jogo. Sem espaço seguiu para 1.º Maio da II Liga e lá mostrou o seu talento. Fez 29 jogos e apontou sete golos. Todavia, na época seguinte (2001/02) seguiu para o Varzim. Nas temporadas subsequentes representou o Farense, Naval, Alverca, Gondomar, Gil Vicente e Olhanense, todos clubes portugueses. O emblema de Olhão foi o último de Gonçalves por “terras de Camões”. O Chipre piscou-lhe o olho e rumou para uma liga menos competitiva. A sua passagem pelo país do euro-asiático durou de 2008 a 2011, tendo vestido as camisolas do Atromitos, APEP, Olympicos Nicosia e Akritas Chlorakas.