Nunca se deixou abalar pela forte pressão que sempre esteve sujeito por forças externas, nunca se deixou intimidar pelas inúmeras ameaças para aceitar favorecer vitórias de determinadas equipas, sempre que ajuizasse certos jogos manteve sua integridade física e, muito menos deixou-se aliciar no famoso jogo das malas feita nos bastidores.
Pelo contrário, a sua inabalável postura em campo impunha respeito aos contendores, sobretudo quando arregalasse os olhos que quase sempre transpunham a órbita ocular para fazer valer as leis do jogo. Estas e outras características peculiares definem em parte o ex-árbitro internacional moçambicano Justino Faduco.
“Na arbitragem ontem e hoje sempre houve tentação. Os dirigentes dos clubes é que são os melhores avançados nessas áreas, mas o homem tem de chamar a si, quem eu sou, onde vou e o que quero?, que é para ter dignidade. Passei por todos esses momentos, mas como sempre quis preservar a minha dignidade na arbitragem, abstive-me das tentações dos clubes. Chegaram a apelidar de Colina, mas eu tinha um propósito e metas a tingir. Terminei a minha carreira como árbitro internacional e sou feliz. Hoje, o jovem entrou na arbitragem e em dois ou três anos já tem carro, o que na nossa geração não acontecia, porque no nosso tempo cumpriam-se rigidamente as leis e não nos preocupávamo-nos com as fantochadas dos clubes. Aconselho aos novos árbitros para primeiro darem primazia a si mesmos. O dinheiro nunca constrói o homem, embora seja necessário, mas é importante ter um equilíbrio correcto no seu uso”, aconselha Faduco.