Hoje vamos falar de um craque que tinha sido para ser exportável. Bom domínio de bola, poder de drible, resistência que lhe permitia fazer “up and down” pelo corredor direito e praticamente imbatível no um para um, qualidades que a par da disciplina e entrega ao trabalho, o ajudaram a singrar em todos os quatro clubes por onde passou, designadamente Têxtil do Púnguè, Costa do Sol, Matchedje de Chimoio e 1.o de Maio. Para pintar ainda mais o cenário, foi campeão em todos esses clubes, com a particularidade de no Costa do Sol ter ganho mais quatro Taças de Moçambique e duas Supertaças.
Estamos a falar de nada mais nada menos que Arlindo Manuel de Sousa Joaquim, um craque que nasceu no bairro da Manga, cidade da Beira, a 4 de Junho de 1962. É terceiro filho de Joaquim Mortar e Maria Estanislau de Sousa. No todo são oito irmãos: Ana Maria, Victor Manuel, Fernando Manuel (falecido), Maria Manuel, José Manuel e Ernestina (falecidos) e, finalmente, Delfina Maria. “Entre os meus irmãos apenas o jornalista televisivo Victor Manuel praticou futebol. Foi líbero e guarda-redes do Ferroviário da Manga”.
Antes de ser jogador de futebol, a paixão de Arlindo pelo desporto fez-lhe ser ecléctico, praticando várias modalidades. “Joquei basquetebol na escola e já fui seleccionado, bem como hóquei em patins e também voleibol”, conta Arlindo, antes de revelar laços de familiaridade que o ligam à família Conde.
“Até atletismo eu fiz no Ferroviário da Beira, com os meus cunhados Alcides Conde e Chiquinho Conde. O seu irmão Felizardo estava casado com a minha irmã mais velha, a Ana Maria. Não fiquei no atletismo porque o futebol acabou sendo minha preferência, pois em 1977 houve um movimento juvenil na Beira e foi lá onde as portas do Têxtil do Púnguè se abriram para mim. Fui um dos seleccionados nesse movimento”.