ALMIRO SANTOS, em Abidjan
O AMBIENTE no lançamento do jogo desta tarde entre Moçambique e Cabo Verde foi verdadeiramente de irmandade. Primeiro foi Pedro Brito, carinhosamente tratado nas ilhas por “Bubista”, a aludir à lusofonia e à língua comum, o português, para enfatizar a cultura que nos cruza e nos une. Depois compareceu, como sempre, com um discurso cativante, o nosso Chiquinho Conde, que nem sequer se esqueceu da “cachupa”, o mais conhecido e tradicional prato de Cabo Verde, assim uma espécie de feijoada com mandioca e várias carnes e peixes, do mais conhecido adorno gastronómico do arquipélago das mornas de Cesária Évora.
Se no primeiro ficaram claras as intenções dos cabo-verdianos, não obstante essa referência empática da lusofonia, no segundo percebeu-se a intenção de Chiquinho não repassar a pressão e a ansiedade para o seus jogadores. “Bubista” disse que queria ganhar, como em todos os outros jogos, e Chiquinho insistiu no seu discurso de desfrutar, léxico que já está a ser usado pelos seus jogadores, no caso de ontem por Edmilson Dove, de clarividência notável na conferência de imprensa que ambos concederam aos jornalistas, mais moçambicanos que cabo-verdianos.
O problema lacónico de Chiquinho Conde é que recai depois sobre os jornalistas à procura do “lead”, pois que esperam ouvir do Seleccionador Nacional algo como “não vamos para desfrutar, mas para ganhar o jogo”! Enfim, encantos e desencantos para alguns, mas a verdade é que Chiquinho preferiu, nesta sua incumbência de não pressionar os jogadores, aceitar uma cachupa do jornalista cabo-verdiano no final do jogo…