Abandonou os relvados há quase 40 anos, mas o estrondo da grandiosidade com que se comportou em campo ainda nos ribomba. É por isso que o surpreendemos com uma chamada, que pode ter causado um espanto a Caldeira, que foi um verdadeiro esteio do meio-campo do Costa do Sol, desde os tempos de quando o clube se chamava Benfica de Lourenço Marques, aonde aportou em 1976, vindo do homónimo da Beira (SLB).
Foi, indubitavelmente, um dos melhores médios-centro que o país já teve, que soube honrar a camisola nº 7 do clube de Matchiki-Tchiki como poucos. Jogador muito pensador e regular, que não sabia jogar mal, Caldeira converteu-se na bússola que mostrava o norte aos seus colegas. Um verdadeiro relógio suíço que, com genica impressionante, pautava o jogo das duas versões do Costa do Sol, ao lado de outros craques como Artur Semedo, Mussá Osman, Nito, Ramos, Sergito, Zaza, em diferentes momentos.
Em cerca de uma década ao serviço do clube, Caldeira fez parte do grupo de jogadores que ensinaram ao Costa do Sol a ganhar troféus. O primeiro título de campeão nacional aconteceu em 1979 e no ano seguinte caiu o segundo. Aliás, uma dobradinha, já que veio acompanhado da conquista da “Taça”. A outra Taça de Moçambique foi conquistada em 1983, pouco antes de terminar a carreira no Denver Sundowns, da Suazilândia, em 1985, com 30 anos de idade e muito feliz com os encantos que os seus rastos deixaram.
Vamos, pois, ao seu historial.