Almiro Santos, em Abidjan
Os três jogos de Moçambique no Grupo “B” da fase final da Copa Africana das Nações são uma ópera quase completa, apresentada aqui em Abidjan em vários actos. O primeiro, um musical dedicado às suas eminências os “faraós” egípcios; o segundo, uma tragédia grega adaptada por um astuto encenador cabo-verdiano com nome de conquistador, Pedro Brito; e o terceiro vai ser exibido amanhã, quando o drama de jogarmos diante do Gana se transformar, como espera Moçambique inteiro, num musical com ainda mais sonoridade que o acto I, a tal apresentação de estreia diante do Egipto, de quando até os Mo Salam foram obrigados a descer do pedestal faraónico.
Os “Mambas” precisam de introspecção, porque ainda têm aberta uma nesga de possibilidade para ampliar a história nesta sua quinta participação em fases finais da Copa Africana das Nações. O empate frente ao Egipto precisa ser capitalizado para outras batalhas, ainda mais épicas que aqueloutra, a que puseram em sentido um crónico campeão africano, e do resultado da contenda ter sabido a pouco a Moçambique.