IVO TAVARES
Vinte e dois anos depois, um futebolista moçambicano voltou a ser campeão pelo Sporting. O último tinha sido Martinho Mucuana, ou simplesmente Paíto, na época 2001-2002, mais concretamente a 28 de Abril de 2002. A 5 de Maio de 2024 foi a vez de Geny Catamo sagrar-se campeão da I Liga portuguesa, com a particularidade deste de ter tido um papel bem mais influente que os restantes compatriotas que ergueram o troféu de verde e branco. O primeiro a celebrar a conquista do título foi Gonçalves Fumo na época 1999-2000. Veio abrir uma nova página na história de passagens de futebolistas moçambicanos pelo Sporting, pós-indepedência. Até então, Ahly Hassan e Chiquinho Conde tinham passado pelo clube de Alvalade, mas sem experimentar o prazer de conquistar o título. Conde ainda conquistou uma Taça, enquanto Aly Hassan ficou-se por um Torneio da Cidade de Lisboa
INFLUENTE E DECISIVO
É inquestionável afirmar que dos três reis leões que foram campeões pelo Sporting, Geny foi o mais influente e até decisivo na conquista do título. Começou por se juntar à equipa principal no estágio no Algarve, após dois empréstimos ao Guimarães e Marítimo. A pré-época correu-lhe de feição. Com três golos apontados foi o melhor marcador, a par de Trincão e Chermit, o que lhe valeu o “prémio” de jogador revelação. Bastou para convencer Rúben Amorim a dar-lhe uma oportunidade para fazer a época na equipa principal do Sporting. Daí para frente, tal como um leão desvairado em busca da sua presa, aguçou garras e dentes, e não mais largou a oportunidade que lhe foi oferecida, como se sentisse que esta seria a última porta que se abria em Alvalade.