A primeira ronda de negociações entre a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e o técnico Chiquinho Conde, deverá iniciar esta semana. As negociações surgem no quadro da manifestação da vontade de renovação do contrato deste para continuar a treinar a Selecção Nacional de Futebol, os “Mambas”.
Na semana finda foi marcada pela troca de correspondência entre a FMF e Chiquinho Conde. O órgão reitor do futebol nacional enviou um ofício a Chiquinho Conde no qual, formal e directamente, manifestou intenção de renovar o respectivo vínculo contratual. Também de forma formal, o técnico respondeu à FMF mostrando vontade de continuar a dirigir os “Mambas”, mas remetendo a assinatura do novo contrato depois da conclusão das negociações.
Entretanto, para estar à frente das negociações, a FMF indicou Jorge Bambo e António Chambal, respectivamente vice-presidente para a área administrativa e financeira e assessor da Direcção Executiva. Apesar de não estar directamente ligado aos processos diários de gestão da FMF, António Chambal é reconhecido pela sua capacidade de busca de consensos. Entre 2007 e 2015, durante a primeira passagem de Feizal Sidat pela presidência da FMF, Chambal foi vice-presidente para a área das selecções nacionais e trabalhou em vários processos durante oito anos, acumulando vasta experiência.
Do lado de Chiquinho Conde, que ainda se encontra em Portugal e só estará em Maputo próximo final do mês, as negociações serão encabeçadas pelo respectivo representante legal, o experiente advogado Abdul Gani.
Com o contrato a expirar a 31 de Julho, em caso de acordo, esta será a segunda renovação de Chiquinho Conde.
ALGUMAS EXIGÊNCIAS DO TREINADOR
De fontes próximas do processo negocial, o “desafio” soube que Chiquinho Conde vai querer negociar o seu novo salário nos termos que, no passado dia 19 de Junho, se expressou o presidente da FMF, Feizal Sidat.
Em conferência de imprensa, recorde-se, Sidat disse que o técnico recebia o equivalente a 120 salários mínimos da Função Pública.
Contando que o salário mínimo da Função Pública é de 8758,00 Mt (oito mil e setecentos e cinquenta e oito meticais), isso equivale a dizer que o seleccionador nacional recebe 1.050.960,00 MT (um milhão e cinquenta mil e novecentos e sessenta meticais), precisos 120 salários mínimos da Função Pública.
Todavia, o técnico recebe muito abaixo desse valor e, por isso, nas negociações para a renovação, Conde vai querer que seja pago exactamente o valor que Feizal Sidat disse que recebia.
O outro “cavalo de batalha” do timoneiro dos “Mambas” é a questão da melhoria substancial dos salários dos membros da sua equipa técnica. É que, segundo soubemos, a FMF disponibiliza apenas 120.000,00 MT (cento e vinte mil meticais) que são divididos pelos cinco treinadores e técnicos que compõem a sua equipa técnica dos “Mambas”.
Refira-se que para pagar os salários da equipa técnica dos “Mambas” e com base em um acordo de patrocínio com a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a FMF recebe mensalmente USD 30.000,00 (trinta mil dólares americanos), cerca de 2.000.000,00 MT (dois milhões de meticais).