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JOGOS OLÍMPICOS

OS JOGOS DA CIDADE LUZ: OUTRA VEZ A MALDIÇÃO CHINESA!

ALMIRO SANTOS, em Paris

DEVE ter sido o “fantasma” de Tóquio que perseguiu a pugilista Alcinda dos Santos até Paris, porque ontem, na Arena Norte de Paris, a pugilista moçambicana não teve nem arte, nem sequer engenho para ultrapassar a chinesa Liu Yang, perdendo por 5-0 e reeditando a sua dramática eliminação nos Jogos Olímpicos de 2020, onde também foi eliminada pelo jogo cínico de uma chinesa, Hong Gu.

Mas ontem tudo começou com uma troca de “galhardetes” entre as duas pugilistas, ambas a tentarem adivinhar o estado de espírito da sua adversária de ocasião, com Alcinda a repelir os ataques chineses, mas sobretudo a sacudir a experiência de má memória de Tóquio, com contra-ataques rápidos mas ineficazes.

Por momentos, chegou mesmo a encostar a chinesa às cordas, esta menos cínica que Hong Go, a tal de Tóquio, e a desferir alguns golpes sem a precisão e a intensidade que lhe conhecemos. Não era dia de Alcinda e ponto final.

Continuando. Às investidas da criatura chinesa, Alcinda respondia com forçados contra-ataques, mas o primeiro assalto seria ganho pela sua adversária proveniente de Beijing, que mesmo assim ao intervalo não escapou às reprimendas do seu treinador.

No segundo assalto, a criatura chinesa parecia uma predadora, à espera de uma aberta para atingir Alcinda, que não lhe fez o gosto e aguentou a pressão de Liu que, na verdade, estava a fazer a gestão da sua vantagem no combate, fugindo de Alcinda como o diabo da cruz.

O treinador Lucas Sinóia, arguto, não se cansava de dizer para Alcinda controlar a mão direita da endiabrada chinesa, mas a pugilista moçambicana não parecia perceber de onde vinham os “mísseis” daquela criatura de olhos em bico.

Ao terceiro assalto, a chinesa Liu Yang acercou-se mais, mas Alcinda defendeu-se bravamente, até mesmo quando a sua adversária a quis encurralar às cordas e o combate termina precisamente ainda com Alcinda atrás da controladora chinesa.

Estava escrito, em algum sítio, que ontem não era dia de Alcinda dos Santos. Paciência.

Logo depois de mais esta luta inglória de Alcinda frente a lutadoras da República Popular da China, a pugilista moçambicana, humildemente, pediu “desculpas ao povo moçcambicano por não ter conseguido ganhar.”

A anteceder este combate de Alcinda e Liu, a cabo-verdiana Ivanusa Moreira, que foi repescada para estes Jogos Olímpicos, perdeu diante da belga Oshin Derieuw por 3-2, mas deu uma boa réplica à pugilista europeia, sobretudo no primeiro assalto.

Entretanto, a Deisy Nhaquile, na vela, finalizou a primeira regata na posição 39 – de 43 competidoras – com 3 minutos e 01 segundo de atraso em relação à vencedora, francesa Loiuse Cervera. A competição prossegue hoje, a partir das 12h05, na Marina de Marselha.

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