Afinal, foi a Federação Internacional de Basquetebol Amador (FIBA) que pagou as passagens da delegação moçambicana para o México, num esforço de última hora do órgão reitor da modalidade a nível mundial para evitar graves problemas reputacionais, desportivas e económicas, que surgiriam com uma eventual falta de comparência de Moçambique.
É que, depois das garantias e contra-garantias de quem, em Moçambique, tinha a obrigação de assegurar a aquisição das passagens aéreas da Selecção Nacional, depois da equipa ter regressado no Aeroporto, o alarme chegou a Zurique, capital da Suíça, sede da FIBA.
Para tanto, o presidente da FIBA-África, o moçambicano Aníbal Manave, entregou a “táctica” ao Paulo Mazivila, presidente da FMB.
Pelo que apurámos, Manave aconselhou Paulo Mazivila a enviar uma mensagem com selo de “enorme” preocupação ao presidente da FIBA-Mundo, o qatarense Sheikh Saud Ali Al Than, narrando o problema da falta de passagens aéreas e do sério risco de a equipa não viajar para o México.
Ciente do tremendo impacto negativo que a ausência de Moçambique traria na imagem da FIBA e do basquetebol mundial, Sheikh Saud Ali Al Than ordenou a emissão de passagens aéreas dentro dos parâmetros numéricos da FIBA.
É que, segundo apurámos, os bilhetes para o jogo entre México e Moçambique esgotaram há mais de um mês, pelo que a não realização do embate causaria um enorme mal-estar. Outrossim, a FIBA incorreria em um tremendo prejuízo financeiro, dado que há muito que vendeu os direitos televisivos para este jogo.
Foi então que o escritório da FIBA-África, em Abidjan, entrou em contacto com Paulo Mazivila e a sua equipa para, em conjunto, começar a “evacuar” os elementos da Selecção Nacional a conta-gotas, à medida que ia sendo conseguida qualquer passagem aérea que fosse.
Numa primeira fase, a FIBA garantiu 15 passagens que respondem a uma questão de “super urgência”. Aqui estavam incluídos 12 atletas, um treinador principal, um treinador-adjunto e um médico. Depois, outras três foram conseguidas, agora indo ao limite que, normalmente, a FIBA se responsabiliza quer em termos de viagens, assim como de alojamento. Estas já incluíam mais um treinador-adjunto, um massagista e um dirigente federativo.
Às 17h00 de sábado, quatro atletas que estavam em Maputo foram enviadas para Joanesburgo, onde já se encontrava uma jogadora (Célia Sumbana), a tratar de visto de entrada no México. Às 22h00, mais 11 passagens foram emitidas, totalizando 15 conseguidas. Às 3h00 de madrugada de domingo mais três passagens foram emitidas, chegando a 18, número habitual de delegações da FIBA. Às 6h55 min, todos os elementos que estavam em Maputo rumaram a Joanesburgo.
Às 19h00, repartido em grupos de cinco e 12 elementos cada (já sem Tamara Seda que ficou em Maputo), com escala em Atlanta (EUA) e Frankfurt (Alemanha), a delegação da Selecção Nacional saiu da África do Sul com destino à cidade do México, capital do país do mesmo nome.
O grupo que escalou Atlanta chega à cidade do México às 13h55 min locais (21h55 min de Maputo), enquanto o grupo que passou por Frankfurt é esperado às 17h30 min locais (01h30 min da madrugada de terça-feira, no horário moçambicano).
DESTAQUE » PARA SALVAR A COMPETIÇÃO: PASSAGENS AÉREAS PAGAS PELA FIBA
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